14 de junho/2019 – Greve geral contra a Reforma da Previdência reúne cerca de 300 mil pessoas nas ruas de Belo Horizonte

(Foto: Isis Medeiros/Sind-UTE/MG)

Neste dia 14/6/2019, Greve Geral, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas (Sind-UTE/MG) esteve em luta junto com várias categorias da classe trabalhadora, numa manifestação convocada por diversas centrais sindicais, entre elas, a CUT. Unindo forças contra a Reforma da Previdência do Bolsonaro e os ataques à educação, em Belo Horizonte, cerca de 300 mil manifestantes pararam a capital, saindo da Praça Afonso Arinos em marcha até à Praça da Estação, onde foi realizado um ato cultural de encerramento.

A coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Denise Romano, reafirmou a importância de luta nesse dia histórico contra a Reforma da Previdência e os desmandos do governo estadual. “ Estamos dizendo não à essa reforma e ao desmonte da educação pública. Foi um dia em que paramos a produção contra a política de privatização das estatais que o governador Romeu Zema faz em Minas Gerais. A todo tempo ele anuncia cortes na educação, retira direitos da classe trabalhadora, aumento da contribuição previdenciária por meio do projeto de Recuperação Fiscal. É a liquidação total do estado! Por isso, nossa luta é muito importante.”

O secretário-geral da CUT/MG, Jairo nogueira, falou sobre a Greve Geral e destacou que Minas Gerais e o país pararam nesse dia com participação expressiva de diversas categorias, entre elas,  educação, saúde, metroviários, rodoviários, Cemig, Copasa, Correios, universidades federais, metalúrgicos, parte do funcionalismo público de BH e Contagem, estudantes, entre outras.

O coordenador-geral do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro/MG), Jeferson Leandro da Silva, criticou o projeto de privatização das estatais e a resistência da categoria. Segundo ele, os trabalhadores da Cemig merecem o respeito da sociedade. “Para garantir a luz na casa de cada cidadão e cidadã mineira, a luta é diária no enfrentamento à política neoliberal que vem sucateando a empresa com a iniciativa privada. Nesse momento histórico, nos posicionamos na trincheira de luta ao lado do povo.”

“Aqui não! Você não vai vender o nosso estado e nosso patrimônio.” Em coro com os milhares de manifestantes, a deputada estadual e diretora estadual do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, enviou um recado ao governador. “Respeite as nossas universidades estaduais, LGBT’s, quilombolas, mulheres e indígenas. Romeu Zema, você não nos representa com sua política privatista. Por isso, tire as mãos da Copasa, da Gasmig e da Cemig! Não vamos aceitar a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) que é uma afronta à nossa soberania, ao povo mineiro”, protestou.

Denise Romano chamou  atenção dos manifestantes para os deputados federais que votaram a favor da Reforma na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em Brasília, no último dia 23 de abril. “Precisamos expor quem são os traidores do povo mineiro e cobrar daqueles indecisos. Não vamos aceitar o desmonte dos nossos direitos.”

O secretário-geral do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Bruno Pedralva, ressaltou a urgência de luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora. “Essa Reforma da Previdência é um escárnio. Perderemos salários, porque aumentaram as alíquotas de contribuição e vamos ter que trabalhar mais. O aumento da idade dos homens para 65 e as mulheres 62 causará um adoecimento dos/as trabalhadores/as da saúde. Consequentemente, piora na qualidade do serviço prestado.”

O professor da rede superior de ensino,  jornalista Getúlio Neuremberg, explicou a quem interessa a Reforma da Previdência. “Nós temos um exemplo próximo de que esse regime de capitalização proposto não funciona. O Chile, quando implantou a Reforma da Previdência durante a ditadura de Pinochet, hoje lida com aposentados recebendo valores menores de um salário mínimo. Isso só é bom para quem tem dinheiro, privilegiando o individualismo. Mas nós sabemos que grande parte de nossos trabalhadores ganham só até R$ 2 mil.”

Adilson Fernandes, jornalista aposentado, chamou a atenção para a mídia comercial na disputa política. “O único instrumento que pode tirar o Brasil dessa situação é estar nas ruas, já que o governo é mente sobre o que está por trás dessa Reforma. Nesse sentido, é preciso também estarmos atentos/as, porque a imprensa escolheu o lado contrário aos trabalhadores.”

A Greve Geral significou o levante do povo brasileiro na luta em defesa da soberania popular nas decisões da política nacional, marcando o 14 de junho como uma data histórica de luta.

 

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Fotos: Isis de Medeiros

 

 

 

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