15 de maio: Um dia histórico em defesa da educação pública e contra a Reforma da Previdência

No último dia 15 de maio de 2019, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) atendeu à convocação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e participou da Greve Nacional da Educação em defesa da educação pública de qualidade e contra a Reforma da Previdência do governo Bolsonaro. Em Belo Horizonte, mais de 200 mil pessoas participaram do ato na Praça da Estação, onde a concentração teve início às 9h, seguido de passeata até à Praça Raul Soares, na região central da cidade, com a atividade encerrada por volta das 14h.

Fotos: Lidyane Ponciano – Sind-UTE/MG

Com cartazes, faixas e muitas palavras de ordem, educadores/as, estudantes, trabalhadores/as de vários segmentos, sob coordenação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais sindicais, manifestaram-se fortemente contra o corte de 30% no repasse de recursos às universidades federais, decisão do Ministério da Educação. Essa decisão do governo federal coloca em risco o funcionamento de atividades, campus e a oferta de bolsas para pesquisa e ataca a universidade e os institutos federais de ensino em todo o país.

Mas os protestos contra Bolsonaro também se estenderam ao governo de Minas de Romeu Zema, que também ataca a educação com a sua Reforma Administrativa. Em Minas Gerais, o governo do estado reduziu drasticamente o alcance da Escola de Tempo Integral, cortou 81 mil vagas e vai demitir mais de 9 mil trabalhadoras/es, assim como paralisar o Programa Valores de Minas.

Fotos: Lidyane Ponciano – Sind-UTE/MG

Denise Romano, diretora estadual do Sind-UTE/MG, disse que a Reforma vai tirar o direito da classe trabalhadora a uma aposentadoria digna, beneficiar os banqueiros, atacar direitos das mulheres, das professoras e das mulheres do campo. “Os estudantes responderam em alto e bom tom:  “ Um, dois, três, quatro, cinco mil… ou para a reforma ou paramos o Brasil!”

A dirigente do Sind-UTE/MG fez o seguinte alerta: “vamos derrotar esse governo obscurantista, e hoje a aula é nas ruas de Belo Horizonte com estudantes, sindicatos, educadores e educadoras, para dizer que não aceitamos retrocessos e essa Reforma da Previdência.”

Fotos: Lidyane Ponciano – Sind-UTE/MG

Já a deputada estadual e coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, falou sobre a importância da unidade neste momento de luta. “Em 2017, educação foi protagonista no processo de enfrentamento à PEC da Reforma da Previdência. Nós barramos o Temer nas quatro tentativas de aprovação. O que derrota governos que tentam acabar com o povo é unificação das lutas, nas ruas!”

Greve geral

Beatriz também falou sobre a greve geral programada pelas centrais sindicais para o dia 14 de junho. “Nós precisamos é parar tudo, toda a classe trabalhadora em 14 de junho, na maior greve geral desse país. Não tem outro instrumento que consiga reverter essa situação. O que faz mudança na sociedade é o povo na rua.”

Luana Ramalho, presidenta da União Estadual das/os Estudantes de Minas Gerais, ressaltou a força de luta nesse 15 de maio. “O Brasil está tomado de norte a sul e nós, hoje, estamos mostrando a força dos trabalhadores e estudantes desse país. Nas universidades é que está a perspectiva do povo brasileiro. Bolsonaro ataca a educação porque quer ver o Brasil escravo do capital estrangeiro. Apresentamos o tsunami à esse ignorante que não entende nada de ciência e tecnologia”, protestou.

Luta em defesa da Previdência Pública na UFMG

No período da tarde, outro momento histórico. As atividades da Greve Nacional da Educação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi marcada por uma grande presença de estudantes e professores.

O Ato político em defesa das universidades e o debate sobre Reforma da Previdência no auditório do Centro de Atividades Didáticas 1 reuniram centenas de pessoas. As atividades foram organizadas pelo Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (Apubh), pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes) e pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Sandra Goulart Almeida, reitora da UFMG, aproveitou o momento para lembrar-se das violências cometidas contra às universidades federais. “Sofremos um ataque no campo simbólico muito preocupante. O atual governo deslegitima o papel de nossas instituições e o investimento público. Precisamos fazer com que as pessoas saibam que, para além da formação humana, esses espaços são responsáveis por 95% da pesquisa do Brasil, fazendo extensão e participando da elaboração de políticas para a sociedade.” A reitora também celebrou o ato e disse que “o caminho da educação é a juventude.”

O Sind-UTE/MG marcou presença nessas atividades. A diretora estadual, Denise Romano falou da importância do ato e da necessidade de luta no âmbito estadual. “Hoje foi uma demonstração de que nós podemos intervir e transformar a realidade em que vivemos. Não podemos deixar de lembrar que temos um representante do Bolsonaro, o governador Romeu Zema, que precisa ser combatido. Ele também defende a Reforma da Previdência e a Reforma Administrativa, que fecha escolas e demite professores e professoras.”


Fotos: Lidyane Ponciano – Sind-UTE/MG

Denise ainda rebateu a fala do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, que desqualificou a educação pública. “Dentro das universidades não tem balbúrdia. Tem amor a quem pensa diferente, amor pelos livros, produção de conhecimento. Isso que nos difere deles. Estamos do lado certo da história e devemos carregar isso com muita determinação a médio e longo prazo para transformar nosso país.”

Valéria Morato, presidenta do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), chamou a atenção de todos para a Greve Geral. “Os ataques à educação e à Previdência Social irão atingir aos mais pobres. Mas hoje eu vi que não deixaremos isso acontecer. No dia 14 de junho, na Greve Geral dos Trabalhadores, contamos com todos e todas de braços cruzados, nas ruas, para mostrar a esse governo que nosso Brasil não será destruído.”

A deputada estadual e coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, também participou do debate. Ela falou da necessidade de dimensionar o ato e da responsabilidade de luta. “Essa mobilização é, sem dúvida, a maior em defesa da educação desde a redemocratização do Brasil. Temos uma grande responsabilidade organizativa, fazer uma luta maior que essa, chegar ao povo, às questões concretas da vida. É preciso reconhecer o momento histórico de hoje e falar da construção que está sendo feita, furando bolhas.”


Fotos: Lidyane Ponciano – Sind-UTE/MG

Gabriel Luppo, coordenador-geral do DCE da UFMG, falou sobre a luta estrutural no campo institucional e quem são maiores prejudicados com a política de austeridade. “Nosso país vive uma grave crise no sistema econômico e político. Esses governos não apresentam uma saída a não ser jogar todo o ônus nas costas da população. Quem é mais atingido é a população pobre e negra. Para além de lutar contra o governo Bolsonaro e a Reforma da Previdência, precisamos lutar por outro projeto de país.”

 Debate sobre a Reforma da Previdência

O economista do Dieese, Frederico Melo, contextualizou os impactos dessa proposta do governo Bolsonaro para o Brasil e revelou como ela vai impedir o trabalhador de conquistar uma aposentadoria digna, especialmente, as professoras e as mulheres do campo.

Ele falou da força que a juventude tem para lutar contra esses ataques lembrando que jovens estão entre os maiores prejudicados com essa proposta que chamou de contrarreforma. “Esse é um projeto contra a classe trabalhadora e a favor dos banqueiros. A capitalização individual vai na contramão do princípio solidário de contribuição, sob o qual a Previdência Social foi criada, e que distribui a responsabilidade de contribuir entre o beneficiário/empregado, a empresa/patrão e o governo.”

Greve Geral – 14 de junho

No próximo 14 de junho, a classe trabalhadora estará em mais um dia de luta em todo país. As centrais sindicais brasileiras convocaram, de maneira unificada, uma Greve Geral. A pauta central segue em defesa ao direito à aposentadoria e contra a proposta de Reforma da Previdência do governo Bolsonaro, mas também na disputa por um projeto político de valorização da educação pública de qualidade.

A convocação da Greve Geral ocorreu no dia 1º de maio, durante o ato do Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores, em São Paulo (SP).

 

Assessoria de imprensa: Studium Eficaz Comunicação

 

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