Nota da CUT/MG sobre pressão dos empresários contra a quarentena

Repudiamos ações do poder econômico contra o isolamento, que, para favorecer a economia, podem levar trabalhadoras, trabalhadores e seus famílias à morte

A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), juntamente com toda a base CUTista no Estado, reitera a defesa intransigente da vida de todo o povo brasileiro. E repudia, com veemência, a pressão que o poder econômico e os empresários mineiros vêm fazendo para que seja suspensa a quarentena da Pandemia do Coronavírus, tendo como argumento um pronunciamento irresponsável, assassino e genocida do presidente Jair Bolsonaro, que contraria todas as recomendações e medidas adotadas em todo o mundo e, até, defendidas e impostas pelo próprio Ministério da Saúde, com base em determinações da Organização Mundial da Saúde e nas mais de 500 mil mortes registradas em todo o mundo. Ele mesmo, no dia 15 de março, com suspeita de contaminação, expôs ao risco apoiadores durante ato em Brasília, o que evidenciou seu desprezo à vida de todas e todos.

De forma criminosa, diante do risco de disseminação do vírus, que pode resultar em milhares de mortes, o empresariado convocou carreatas no Estado pela reabertura do comércio. Ou seja, para que as aglomerações, condenadas em todo país e no mundo, condições ideais para o crescimento das contaminações, retornem, privilegiando a economia, a ganância, o lucro em detrimento de vidas, já que trabalhadoras e trabalhadores serão submetidos ao risco iminente de contágio e, desta forma, estarão sujeitos a entrar em contado com infectados, no deslocamento e nos locais de trabalho e, assim, levar o vírus para suas residências, onde podem infectar suas famílias.

O desprezo às vidas e o apreço sem limites à economia, resultaram em milhares de mortes no mundo. O atraso na adoção do isolamento, provocou uma calamidade na Itália, nos Estados Unidos, na Espanha, mesmo após o alerta despertado pela China, onde a disseminação do vírus levou à morte mais de 3 mil pessoas. Atualmente, os três países estão no epicentro da pandemia. Itália e Espanha já superam os chineses em mortandade.

Qualquer abrandamento no isolamento, que tem sido parcial no Estado, numa perspectiva de crescimento descontrolado dos casos de contaminação, com o pico previsto em abril, é irresponsável, cruel, criminoso. A justificativa de que é para evitar mais desemprego e fome não tem fundamento. Antes da ocorrência da pandemia, a economia do país já vivia um caos, com mais de 14 milhões de desempregados e perspectiva de menos de 1% de crescimento do PIS. Ainda assim, oportunistas que é, o governo propôs mais cortes de direitos trabalhistas, como suspensão de contrato de trabalho e de pagamento de salários por quatro meses, entre outros ataques à classe trabalhadora (MP 927); redução de salários de até 66% e outras medidas para atender aos interesses dos empresários.

Não é admissível, ainda mais na atual conjuntura, que o empresariado convoquem carreatas, muito menos não haver qualquer reação do governo, que decretou o isolamento social, mesmo que parcial, a um atentado contra a saúde pública e contra a vida das pessoas, para favorecer apenas o poder econômico.

A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais seguirá lutando pela garantia de emprego e renda a trabalhadoras e trabalhadores do Estado diante da crise envolvendo o Covid-19. Mas, acima de tudo, lutaremos pela garantia da saúde de todas e  todos.

Recomendamos a trabalhadoras e trabalhadores que não estiverem envolvidos em atividades essenciais: FIQUEM EM CASA!

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