Trabalhadores dos Correios suspendem trabalho contra mudanças no plano de saúde

Categoria vai às ruas e bloqueiam o trânsito em Belo Horizonte

Trabalhadores dos Correios de todo o Brasil já estão em estado de greve e iniciaram uma paralisação nacional por tempo indeterminado a partir das 22 horas de quarta-feira (29). Isso foi discutido nas assembleias da maioria dos sindicatos filiados à Fentect, de acordo com a deliberação da 37ª Plenária Nacional. A greve nacional foi aprovada pela grande maioria dos sindicatos em defesa do Plano de Saúde da categoria, que está sendo privatizado pela Empresa.

Ainda na manhã de quinta-feira (30), trabalhadores dos Correios de Minas Gerais  suspenderam o trabalho e foram às ruas de Belo Horizonte protestar contra as mudanças no plano de saúde da categoria. Segundo o sindicato da categoria, os trabalhadores rejeitam a mudança no plano, que hoje só é cobrado quando há demanda por algum serviço. O grupo não quer que empresas privadas assumam o plano e cobrem mensalidade, mesmo sem demanda. Os manifestantes saíram do edifício dos Correios na Afonso Pena e foram até o ambulatório da instituição, na Avenida Assis Chateaubriand, retornando para o ponto inicial. Houve bloqueio de tráfego. Cerca 400 pessoas participaram do protesto.

Nesta sexta-feira (31), cerca dezenas de funcionários dos Correios fizeram uma manifestação, no início da tarde, no Centro de Belo Horizonte.  O protesto aconteceu na Avenida Afonso Pena, esquina com a rua da Bahia, próximo à agência central dos Correios.

Em nota, os Correios informaram que cumprem decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre planos de saúde, garantindo todos os benefícios. Segundo o texto, a paralisação não foi grande e as agências funcionaram normalmente.

A paralisação é completamente legítima, já que a Empresa está descumprindo o próprio Acórdão do TST, que impede a ECT de mexer no Convênio Médico sem o consentimento dos trabalhadores. A direção dos Correios, no entanto, simplesmente implantou a Caixa de Assistência Postal Saúde a partir do dia 1o de janeiro. A Postal Saúde modifica todas as regras do convênio médico, adequando o plano de saúde dos Correios às regras dos convênio privados. É a destruição do maior direito conquistado pela categoria.

Além da perda desse direito, que está sendo privatizado pela direção petista da ECT a mando dos banqueiros internacionais, o Correios Saúde representam um ganho de no mínimo R$ 500,00 mensais para um trabalhador com quatro dependentes. Por isso, a destruição do convênio é também um rebaixamento salarial da categoria.

Não é difícil perceber que os trabalhadores tem dezenas de motivos para realizar uma enorme greve nacional. Além da defesa do plano de saúde, a Plenária Nacional da Fentect aprovou que a greve também irá defender o pagamento dos passivos do PCCS 95, a entrega só pela manhã e o fim da MNNP (Mesa Nacional de Negociação Permanente) criada de maneira ilegal pela ECT para aprovar a Postal Saúde, por fora da Fentect, usando os sindicalistas pelegos do PCdoB/CTB e da Articulação Sindical e MRL/PT.

Por falar em sindicalistas pelegos, a greve nacional vai ocorrer apesar do boicote dos traidores que estão sentando na mesa com a empresa para atacar os direitos dos trabalhadores. Mesmo assim, vários sindicatos ligados ao PT também vão aderir à greve, rompendo com os traidores.

Os trabalhadores de todo o País precisam iniciar a mobilização para arrastar os demais companheiros que estão sufocados pela ditadura de sindicalistas patronais, como é o caso de São Paulo e Rio de Janeiro, sindicatos dominados pelos divisionistas da CTB/PCdoB. Os trabalhadores dessas duas bases sindicais combativas querem aderir à greve, por isso, os companheiros dos demais estados devem colocar o máximo de força na mobilização nacional.

Os trabalhadores dos Correios já demonstraram sua combatividade ao garantir o Plano de Saúde nas duas últimas campanha salariais. Chegou a hora de lutar e acabar de uma vez com a Postal Saúde e a privatização do Convênio Médico.

(Sintect-MG, com informações do Estado de Minas – 31.01.14)

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