A CUT quer a Dilma que o povo elegeu

O povo quer a Dilma que elegeu. Esse foi o canto que ecoou em milhares de ruas e avenidas do País em todas as manifestações que fizemos, especialmente, a do último dia 16. E isso significa avanços

 

 

Em 29 de dezembro do ano passado, a sociedade brasileira foi surpreendida com o pacote de maldades do governo, o chamado ajuste fiscal, que tirou direitos da classe trabalhadora, paralisou a economia e gerou juros altos, recessão e desemprego.

 

Durante este ano, a CUT lutou, negociou e reivindicou nas ruas mudanças na política econômica e a não retirada de direitos dos/as trabalhadores/as. Simultaneamente, o mandato da presidenta Dilma Rousseff sofreu ataques dos golpistas, aqueles que não aceitaram o resultado das eleições de 2014. E a CUT, novamente, foi às ruas defender o projeto que ajudou a eleger, a democracia e o respeito à vontade popular que se expressou nas urnas elegendo Dilma.

 

Nós não temos dúvida nenhuma que foi por conta da reação do povo nas ruas que o mandato de Dilma não foi cassado este ano. Mas, queremos que fique claro, não existe cheque em branco. O povo quer a Dilma que elegeu. Esse foi o canto que ecoou nas ruas em todas as manifestações que fizemos, especialmente, a do último dia 16, quando milhares de pessoas foram às ruas de mais de 70 cidades do Brasil e o Distrito Federal dizer que quer a Dilma que elegeu.

 

Agora, novamente no fim do ano, assisto atônito as mesmas cenas do ano passado. Muda o ministro da economia, mas não muda a política econômica. Era justamente isso que temíamos. Isso não vai acontecer.

 

A primeira fala do novo ministro da Fazenda, Nélson Barbosa, é semelhante à primeira de Joaquim Levy. Ele falou em reforma da Previdência Social, retirada de direitos da classe trabalhadora, flexibilização da CLT e ajustes. Há outras possibilidades. Para equilibrar as contas públicas, ao invés de tirar dos/as trabalhadores/as é preciso tirar do capital. Do contrário, gera desconfiança na classe trabalhadora.

 

Exigimos, e temos autoridade política e sindical para fazê-lo, que nos próximos dias, ao invés desse discurso conservador ultrapassado e subordinado ao mercado, o governo anuncie medidas de interesse da classe trabalhadora, com a retomada do crescimento, com geração de emprego e distribuição de renda.

 

2016 só será um ano diferente, se o governo agir de maneira diferente. Caso contrário, acredito que o governo não terá a mesma sorte que teve em 2015. Os golpistas estão de plantão com pedidos de impeachment ou renúncia. E as ruas só vão defender o projeto democrático popular se tiverem o que defender. A continuidade da atual política econômica, voltada aos interesses do mercado, vai gerar mais inflação, desemprego e cortes nas políticas sociais.

 

Para a CUT, qualquer discussão sobre direitos sociais, dos/as trabalhadores/as e Previdência Social tem de ser debatida no âmbito do Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda, criado pelo governo este ano. Este é o espaço onde os/as trabalhadores/as e a sociedade podem se manifestar e defender seus direitos e interesses.

Nenhum direito a menos. Não ao golpe.

 

Pelo fim do ajuste fiscal e por uma nova política econômica.

 

Vagner Freitas, presidente Nacional da CUT 

 

(Site CUT Nacional – Vagner Freitas – 23/12/15)

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