A gestão da educação, a lógica coronelista e o loteamento de cargos

Os trabalhadores em educação de Minas Gerais amargam uma dívida provocada pelos gestores do Estado desde os tempos da ditadura militar. A ausência histórica de planejamento sério para a Educação criou uma imensa expectativa de mudança com a eleição do governo atual, uma vez que houve comprometimento explícito do governador Fernando Pimentel com os educadores, no sentido de reverter esse cenário sombrio.

Um dos aspectos dessa dívida se expressa na negação dos direitos aos quais os servidores são submetidos ao requerê-los nas Superintendências Regionais de Ensino (SREs), que não se comportam como agências de concessão e viabilização de direitos, mas como cerceadoras deles. Exercem um papel de delegacia, de perseguição, de punição, negando-se a cumprir o óbvio.
Para reverter essa injustiça, o Governo garantiu aos trabalhadores, participação no processo de escolha desses cargos. Foram realizadas plenárias por todo o Estado em busca de nomes adequados ao novo perfil de mentalidade, de tratamento e de relacionamento necessários para um novo ciclo de gestão.

Pela primeira vez na história de Minas Gerais houve oportunidade de debater a democratização das SREs com a clareza de que os nomes escolhidos nas plenárias realizadas assumiriam em caráter transitório. Definitiva seria eleição direta para os cargos de direção das SREs, reivindicação antiga da categoria, aniquilando com a prática, política vergonhosa da barganha de cargos públicos por apoio eleitoral.

No entanto, os trabalhadores foram surpreendidos pelo desrespeito às plenárias realizadas e o retorno das velhas e odiosas práticas coronelistas que usam a administração pública e mandatos eletivos para lotear cargos, sem que haja qualquer ideal norteador nas escolhas. Os compromissos de campanha são evaporados pela lógica clientelista e voraz das disputas locais, por uma visão acovardada e turva da participação popular nos processos decisórios. Os avanços com os quais sonharam os educadores se desfazem precocemente e se sente no ar o cheiro ardido da traição aos pactos firmados.

Nesse sentido, saiu vitorioso o loteamento dos cargos em favor dos interesses fisiológicos e coronelistas do deputado Gabriel Guimarães que, a despeito da votação que auferiu no Vale do Aço, prestou-se ao papel de satisfazer a estreiteza política do Executivo Municipal de Coronel Fabriciano, nas pessoas da secretária de educação, Glória Giudice, e da prefeita Rosângela Mendes. Ambas, apesar de serem professoras, não hesitaram em atacar a organização sindical e a categoria de educadores. Esse processo, deprimente, fez desfilar vários nomes, não importando nenhum critério que não fosse o claro e desrespeitoso ataque ao Sind-UTE/MG.

O Sindicato repudia a ação desrespeitosa desses agentes políticos, que fere profundamente a possibilidade de avanço na gestão democrática da educação.

Subsedes Coronel Fabriciano e Ipatinga

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