Anulação da Reforma Trabalhista e defesa das estatais marcam Grito dos Excluídos

Enquanto o ilegítimo Michel Temer (PMDB), presidente com menor popularidade da história, fazia cara de paisagem na capital federal, representantes do movimentos sindical e sociais iam às ruas para defender a revogação da Reforma Trabalhista e erguer trincheiras contra ataques aos servidores e às empresas públicas nos estados.

Com o mote “Por direitos e democracia, a luta é todo dia” manifestantes de todo o país uniram-se a outros segmentos para alertar a população sobre o desastre que os pacotes de Temer representam para a classe trabalhadora.  Desde 1995, o Grito dos Excluídos denúncia a estrutura opressiva e excludente da sociedade e do sistema neoliberal, fatores que, de acordo com a definição do ato, negam a vida e impedem a população de sonhar.

Para Ari Alberti, da coordenação nacional do Grito e que participou de todas as edições, a mobilização popular nunca foi tão importante para o país. “Falta de democracia e golpe geram violência. As questões sociais não se resolvem com polícia. O Estado pensa que resolve o caso da pobreza, da miséria com polícia e está descontando todos os problemas da economia no mundo nas políticas sociais. O mais penalizado é o povo. Estaremos nas ruas para denunciar isso”, finalizou.

Na Bahia, a 23ª edição do Grito dos Excluídos, em Salvador, contou com a CUT, demais centrais sindicais, pastorais, políticos de esquerda e movimentos sociais durante a tradicional caminhada pelo Campo Grande.

Dirigentes e manifestantes pediam mais emprego, melhoria na saúde, mais investimento em educação, mas um grito era comum a todos: “Fora Temer e leve ACM”!

As manifestações também aconteceram em Feira de Santana e em Camaçari, onde os professores municipais realizaram atos em defesa dos direitos.

O presidente da CUT-BA, Cedro Silva destaca essa data também como lançamento, em todo o país, da campanha que vai coletar 1,3 milhão de assinaturas para um Projeto de Lei de iniciativa popular que propõe a revogação da Reforma Trabalhista.

“A CUT sempre lutou por democracia, direitos e postos de trabalho com dignidade, por isso lembramos que todos devem lutar pelos direitos e ressaltamos que é de extrema importância a assinatura do abaixo-assinado para barrar esta reforma”, afirma.

Capital federal

Já em Brasília, os manifestantes se concentraram próximo à Esplanada dos Ministérios, enquanto Temer participava do desfile oficial do 7 de setembro junto a militares. Para Sueli Belato, da Comissão de Justiça e Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o corte nos direitos dos trabalhadores do governo golpista não tem precedentes.

“Nós não elegemos nenhum deputado, nenhum senador, nenhum presidente para fazer as reformas que estão sendo feitas e que prejudicam a classe trabalhadora, em direitos que são seculares. Desde Getúlio Vargas nunca se tinha visto um golpe tão agressivo contra os direitos dos trabalhadores”, destaca.

Também na Capital Federal, a CUT lançou durante as manifestações do Grito dos Excluídos a campanha pela revogação da Reforma Trabalhista. Depois de alcançar a meta proposta, as assinaturas serão levadas à Câmara dos Deputados.

“Se esse Congresso golpista junto com o governo ilegítimo vêm atacando a classe trabalhadora, vamos mostrar nas ruas, nas praças e em todos os lugares que o povo é contra esse nefasto projeto”, destacou o secretário de Políticas Sociais da CUT Brasília, Yuri Soares.

Na Paraíba, o Grito dos Excluídos denunciou a ameaça de privatização e repudiou a retirada de direitos. O ato que teve concentração em frente à 1° Igreja Batista de João Pessoa, foi integrado ao tradicional desfile da pátria de 7 de Setembro. O desfile dos manifestantes seguiu pela Avenida Beira Rio com intervenções artísticas realizadas pelo movimento de juventude da Frente Brasil Popular, a batucada do Levante e a banda Marcial do Instituto de Música e Arte (Imatec).

Ao longo do percurso, três alas representando os temas Soberania Nacional, Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista, compostas por sindicatos, federações e centrais sindicais como CUT Paraíba e CTB, denunciaram à população por meio de faixas, cartazes e panfletos a realidade de um Brasil em crise, lembrando as reais demandas do povo durante a Semana da Pátria.

Luzenira Linhares, dirigente da CUT Paraíba, destacou também o lançamento da Campanha Nacional da CUT para barrar a Reforma Trabalhista. “Ao mesmo tempo em que estamos nas ruas, aproveitamos para lançar a campanha. Essa é uma tentativa de anular o golpe e a classe trabalhadora fará a entrega das assinaturas em novembro, quando a Reforma Trabalhista vai passar a vigorar”, explicou.

Em Pernambuco, o presidente da CUT-PE, Carlos Veras, reforçou a importância desse movimento para dar voz aos excluídos das políticas públicas “que estão sendo atingidos pelo governo ilegítimo” e criticou a privatização da Chesf. “É o mesmo que privatizar o rio São Francisco”, frisou.

Mais de três mil manifestantes ocuparam a Praça do Derby por volta das 9h para cobrar direitos e democracia. Houve participação e engajamento durante a concentração. Por volta das 11h, o grupo saiu em caminhada em direção à avenida Conde da Boa Vista. Lideranças dos movimentos sociais e sindical, além da Marcha Mundial de Mulheres, Cáritas, Pastorais Sociais da Igreja Católica, UNE,  Levante Popular da Juventude,Contestação, Movimento Sem Terra (MST), dos negros, estudantes, professores, parlamentares,LGBT, entre outros, estiveram presentes.

A caminhada do Grito dos Excluídos passou pelas Avenidas Conde da Boa Vista, Guararapes e se dispersou às 13h30 na Praça da Independência, Centro do Recife.

Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo também protestaram

No Rio de Janeiro, o ato foi realizado no centro, após o desfile da parada militar. Além das pautas da conjuntura nacional, o Grito dos Excluídos denunciou a crise econômica e financeira do Estado, como afirma Tobias Farias, um dos coordenadores da manifestação.

Em Porto Alegre (RS), pela primeira vez desde 1995, quando começou o Grito dos Excluídos, o governo do Rio Grande do Sul proibiu a realização da tradicional caminhada dos participantes após o desfile militar de 7 de setembro, na manhã desta quinta-feira, na Rótula das Cuias, no Parque da Harmonia.

Dezenas de policiais, entre homens a pé, sob cavalos e do batalhão de choque da Brigada Militar, paramentados com equipamentos de confronto, se posicionaram nos arredores dos manifestantes, que sequer ocupavam todo o espaço no entorno da Rótula das Cuias. Também se fez presente o veículo blindado conhecido como “caveirão”, que usualmente é destinado para atuação em áreas conflagradas pelo tráfico de drogas.

Mesmo cercados e impedidos de marchar, centenas de pessoas fizeram um ato de protesto no local da concentração, denunciando o golpe e o autoritarismo do governador José Ivo Sartori (PMDB) e reforçando a resistência e a luta em defesa dos direitos e contra os ataques dos governos Temer, Sartori e Marchezan.

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, protestou contra o forte aparato de segurança. “Vivemos o pior momento já visto de ataques aos direitos, o pior momento de repressão aos movimentos sociais. Hoje estamos presos, sem poder fazer a nossa caminhada”, disparou.

Durante a manifestação, a CUT lançou a campanha pela anulação da Reforma Trabalhista.

Em São Paulo, a 23º edição do Grito dos Excluídos levou 15 mil pessoas às ruas, segundo os organizadores. A atividade partiu da Praça Oswaldo Cruz, na região do Paraíso, seguiu pela Avenida Paulista e desceu a Avenida Brigadeiro Luís Antônio em direção ao Monumento às Bandeiras, no Parque do Ibirapuera, onde terminou às 12h30.

Se no ano passado os movimentos alertavam sobre os impactos do golpe no Brasil, neste ano eles reforçam a necessidade de ampliar a mobilização popular nas bases como caminho para reverter os retrocessos como a aprovação da Reforma Trabalhista que retira ou altera conquistas como o registro na carteira de trabalho, banco de horas, intervalo das refeições, além de oficializar o chamado “bico”.

Secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP, Rosana Silva, ressaltou a publicação lançada pela Central em parceria com a Frente Brasil Popular São Paulo, entregue durante o Grito, que escancara o rosto dos 46 deputados federais e dos três senadores eleitos por SP que aprovaram o roubo dos direitos trabalhistas previstos para entrarem em vigor a partir do dia 11 de novembro.
“Estamos mostrando os traidores que não se importam com o povo brasileiro. Esses mesmos que agora podem votar até outubro a reforma da Previdência, o que, na prática, seria o fim da aposentadoria”, afirma.

Secretária nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT, Jandyra Ueharal, lembrou da luta pela revogação da reforma. “Os projetos de terceirização e da Reforma Trabalhista aprovados representam o retrocesso de um século. E a nossa tarefa neste segundo semestre é resistir, fortalecer este instrumento de agitação nas bases e reverter o que o golpe fez até agora”, avalia.
No interior do estado, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, aconteceu o momento do Grito dos Excluídos, em conjunto com as atividades da 30ª Romaria dos Trabalhadores. Os manifestantes também saíram em caminhada até a Basílica, onde aconteceu a Celebração da Romaria do Trabalhador. Atividades aconteceram também em outras partes da cidade, do interior e do litoral.

Manifestação no interior e na capital do Paraná

Em Londrina (PR), o Grito dos Excluídos teve a participação de mais de 500 pessoas em Londrina, representando Pastorais de Igreja Católica, outras instituições religiosas, sindicatos, movimentos sociais e populares. Aproveitando o tema “A Vida em Primeiro Lugar” e o lema “Por Direitos e Democracia a Luta é todo Dia”, os manifestantes marcharam com faixas e cartazes contra as reformas trabalhista e da Previdência, exigindo a saída de Michel Temer (PMDB) e do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB).

Cruzes e flores também foram levadas ao Grito lembrando o genocídio de jovens em Londrina. Nos últimos cinco anos foram registrados 93 assassinatos de adolescentes e jovens na cidade. Durante o trajeto foi distribuído material informativo à população com propostas de Frente Brasil Popular para tirar o País da crise, A manifestação ocorreu de forma tranquila após o desfile do Dia da Independência.

Em Curitiba a concentração aconteceu no salão da paróquia São João Batista, após isso os manifestantes seguiram pela Vila das Torres em caminhada.

Em Fortaleza (CE), a atividade começou pela manhã com concentração e momento de mística seguido de uma grande caminhada que terminou no Marco Zero da cidade. Atividades também aconteceram nas regiões de Cratéus, Quixadá e Sobral.

Em Minas Gerais, manifestações reuniram mais de cinco mil pessoas em Belo Horizonte, na Praça da Rodoviária, no Minas Centro e na Praça Sete. Os atos tiveram como foco além do lema do Grito a Democracia, contra o Golpe, Por diretas já! #ForaTemer! Denúncia ao golpismo da grande mídia, Não à Reforma da Previdência, Revogação da Reforma Trabalhista e das terceirizações, entre outros. Em Montes Claros as atividades aconteceram na Praça Matriz, a polícia militar local interviu não permitindo a entrada do carro de som no local, ainda assim, os manifestante seguiram com os atos.

No Amazonas, cerca de 300 pessoas de 10 entidades se reuniram em Coari, sobre a coordenação da Cáritas e da diocese do estado. Os manifestantes seguiram em caminhada até a Catedral de Santana, durante a ação a Pastoral da Juventude fez uma encenação em favor da Amazônia com o lema de Fora Temer, Amazônia fica!

Em Sergipe, a concentração aconteceu no Centro de Aracajú, com momento místico conduzido pelos povos de terreiros; seguido de um ato ecumênico dirigido por Dom João José Costa. Em seguida os manifestantes saíram em caminhada até a Praça da Bandeira.

Em Natal, no Rio Grande do Norte, a concentração aconteceu em frente ao Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Parelhas e seguiu caminhada até a Igreja Matriz de São Sebastião onde aconteceu a missa. Após, os manifestante seguiram caminhada até a Cooperativa Agropecuária do Seridó onde foram realizadas apresentações culturais, partilha e encerramento.

Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, dezenas de pessoas saíram às ruas para exigir respeito aos direitos neste 7 de setembro.

Escrito por: CUT Nacional com informações das estaduais da CUT, Brasil de Fato. Armando Duarte Jr. e Secretaria do Grito dos/as Excluídos/as

Fonte CUT Minas

Compartilhe nas redes:

Nenhum resultado encontrado.