Audiência pública na Comissão de Educação da ALMG: comunidade da E.E. Vinícius de Moraes, de Betim, quer o retorno do Ensino Médio Regular

O retorno do Ensino Médio Regular durante o dia, investimentos urgentes na melhoria da infraestrutura predial e de equipamentos e a regularização fundiária foram as principais reivindicações apresentadas nesta sexta-feira (11/11/22) pela comunidade da Escola Estadual Vinícius de Moraes, situada no bairro Jardim das Alterosas/2ª Seção, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Alunos, pais e mães e servidores da educação se reuniram com a deputada e presidenta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa, Beatriz Cerqueira, para reforçar as críticas sobretudo à adoção forçada, sem consulta prévia ou qualquer tipo de adequação, à chamada Modalidade de Tempo Integral (MTI).

Essa modalidade obriga os estudantes a permanecerem na escola por mais de nove horas por dia, dificultando a vida daqueles que já estão ou pretendem se inserir no mercado de trabalho para ajudar financeiramente os pais. O Ensino Médio Regular foi mantido apenas no turno da noite e os estudantes, além da escassez de vagas, ainda são obrigados a conviver com a ameaça da violência na região.

Um dos murais da escola exibem números que comprovam a evasão escolar após a adoção da MTI. Em 2016, a instituição tinha 659 alunos matriculados no Ensino Médio Regular e na Escola Jovem Adulto (EJA). Em 2017 eram 645, em 2018 variou para 252 e, em 2019, foi de 654.

Mas logo no primeiro ano do Ensino Médio Integral, que forçou quem não queria esse modelo a ir para o turno noturno ou para fora da escola, o número de estudantes matriculados caiu para 407. Em 2021, com o ensino remoto na pandemia, os matriculados foram 497, mas, neste ano de 2022, chegaram ao menor patamar, com apenas 320 estudantes. A professora de Filosofia, Michelle Fonseca, denuncia: “Já tivemos 16, 17 turmas de Ensino Médio pela manhã, hoje são apenas quatro. Essa modalidade não atende a realidade dos alunos da região, pois muitos precisam trabalhar. Escolheram algumas escolas para esse teste, mas na verdade estão matando nossa escola aos poucos.”

Beatriz Cerqueira alerta que a situação vivenciada pelos estudantes da Escola Estadual Vinícius de Moraes é uma prova clara que o Executivo atua para agravar o abismo entre o estudante da escola pública em relação ao da rede particular. E questiona o porquê de ambas as modalidades não estarem sendo aplicadas na Escola Estadual Vinícius de Moraes, uma vez que isso já é uma realidade em outras escolas públicas. A presidenta da Comissão de Educação também cobrou um planejamento mais eficiente de investimentos na infraestrutura das unidades.

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