Carta do 6º Encontro dos Movimentos Sociais de Minas Gerais

“O povo mineiro tem pressa de um projeto popular”

Belo Horizonte sediou o 6º Encontro de Movimentos Sociais, que aconteceu entre os dias 1º e 3 de maio, na praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O evento reuniu cerca de 1.500 pessoas, vindas de 143 cidades mineiras, representando 100 organizações sociais do campo e da cidade: estudantes, professores, sem-terra, atingidos por barragens, religiosos, membros de pastorais sociais, de partidos, de movimentos de mulheres e pelos direitos LGBT, educadores populares, agricultores familiares, eletricitários, organizações de juventude, movimento negro, entre muitos outros.

A abertura do Encontro foi marcada por uma marcha no Dia do Trabalhador que denunciou os crimes financeiros do HSBC, descomemorou os 50 anos das Organizações Globo e repudiou a política econômica de ajuste fiscal, imposta pelo ministro Joaquim Levy, com um ato na sede do Banco Central, na capital mineira.

O evento teve como tema “O Povo tem Pressa do Projeto Popular” e, na oportunidade, os presentes fizeram a análise de conjuntura do momento político, debateram as pautas que estarão na agenda da classe trabalhadora no próximo período e também abordaram como as organizações devem trabalhar para conquistar a unidade e fazer as grandes mobilizações.

Depoimentos

Para Joceli Andrioli, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), “o 6º Encontro foi um marco nesta nova conjuntura nacional e internacional quando o imperialismo nos ataca diretamente de olho nas nossas riquezas, sobretudo o petróleo. Enquanto isso, os conservadores no Brasil avançam, se organizam, vão às ruas e fazem os piores ataques aos direitos dos trabalhadores desde a ditadura militar. Não há mais chance para conciliação de classe,” afirma.

Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT-Minas Gerais e do Sind-UTE/MG, afirma que as expectativas da articulação Quem Luta Educa foram superadas. “O Encontro superou tudo que nós esperávamos em termos de quantidade e de envolvimento. A presença massiva, consciente, disciplinada das organizações mostra que estamos dispostos a fazer a grandes lutas que o nosso estado e o Brasil precisam.” Beatriz também destacou a presença das mulheres na atividade “o que mostra que elas estão se apoderando e se tornando protagonistas desta luta e vencendo resistências em suas próprias organizações”, conclui.

Juventude que ousa lutar faz história no 6º Encontro

Este ano, uma das novidades do Encontro foi a realização do Encontrão de Juventude, organizado pelo Levante Popular da Juventude, que reuniu cerca de 400 jovens vindos de várias regiões do Estado. São estudantes universitários, secundaristas, jovens do campo e das periferias urbanas que discutiram temas fundamentais da conjuntura atual como a luta pela reforma política com Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político.

“A ideia foi juntar esta juventude toda para fazer a luta política de forma organizada. Debater como o atual sistema político não permite a participação de jovens, negros e mulheres e como o atual congresso vem destruindo os sonhos da juventude trazendo projetos como a redução da maioridade penal e a terceirização sem limites que precarizará ainda mais a condição de trabalho da juventude no campo e na cidade”, afirma Ana Júlia, da coordenação estadual do Levante Popular em Minas Gerais.

No último dia do Encontro, foi tirada uma Carta de Apoio aos trabalhadores do Paraná, que estão em greve, e que foram agredidos em um verdadeiro massacre pela Polícia Militar, do governo Carlos Alberto Richa, PSDB.

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(Com informações do Quem luta, educa)

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