Cerca de 300 estudantes de escolas estaduais indígenas Xakribá se formam em cerimônia realizada na Aldeia Riacho dos Buritis

Para o povo Xakriabá, momento é dedicado a reflexão da educação indígena

23 de Dezembro de 2015 , 10:33

O momento de formatura para o povo Xakriabá é considerado um ritual de passagem. É uma ocasião em que o povo reflete sobre todo o processo trilhado na educação indígena. Esse momento de reflexão foi realizado na última semana na Escola Estadual Indígena Uikitú Kuhinã, que fica na Aldeia Riacho dos Buritis, no município de São João das Missões. Cerca de 300 estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do ensino médio se formaram.

“Cada momento vivido durante a formatura indígena do povo Xakriabá traz consigo sentimento de luta, resistência e acima de tudo de muita conquista. É o momento em que nos reunimos e dizemos que também somos capazes de mostrar nossas especificidades e, sobretudo, dizer que temos uma educação indígena que esta atendendo os anseios de nosso povo e de nossas comunidades”, destaca o professor Indígena, João da Conceição.

Para o povo Xakriabá, o momento de formatura para o povo Xakriabá é considerado um ritual de passagem. Foto: João da Conceição Xakriabá

Nas aldeias indígenas do povo Xakriabá, a formatura acontece de forma itinerante e a cada ano é sediada por uma escola. Este ano, foi realizada a 12º formatura na Terra Indígena Xakriabá. A Secretaria de Estado de Educação apoiou a realização da cerimônia de formatura.

Segundo a coordenadora de educação escolar indígena da Secretaria de Estado de Educação, Célia Xakriabá, devido à importância do momento, os preparativos para a formatura têm início três meses antes. “É importante observar que existe toda uma preparação, que começa três meses antes. A maior parte das vestimentas é feita com a participação dos alunos e professores de cultura, que traz marcas que demarcam neste momento o pertencimento de ser Xakriabá”.

Célia destaca ainda a importância do ensino para os estudantes. “O ensino diferenciado a partir da cultura e da identidade não é inferior e muitos resultados apontam isso, como a entrada dos jovens no curso de licenciatura indígena da Universidade Federal de Minas Gerais. Eles têm feito o processo seletivo e têm conseguido ingressar na universidade”, conclui.

(Site SEE – 23/12/15)

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