Com lema ”Corruptos, devolvam nossas Terras”, MST realiza Jornada com ocupações

Nesta terça-feira (25), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou diversas ocupações de terras por todo o Brasil, em mais uma Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária.

A ação que teve como lema “Corruptos, devolvam nossas terras!” denuncia a relação do agronegócio com o golpe parlamentar que retirou Dilma Rousseff (PT) da presidência da República, em 2016, e colocou Michel Temer (PMDB) no poder.

Ainda de madrugada, mais de 800 trabalhadores sem terra ocuparam a Fazenda Esmeralda, no interior de São Paulo que pertence a João Batista Lima Filho, assessor e amigo pessoal de Michel Temer, considerado um “testa de ferro” do presidente golpista.

Para Mercedes Zuliane, dirigente nacional do MST, o governo atual acelera os processos de  desmatamento, favorece a venda de terras para estrangeiros e abre caminhos para a grilagem que tem como consequência o aumento da violência no campo.

“E nós vamos continuar lutando também contra a MP 759 que esta ‘estrangeirizando’ as nossas terras públicas, que esta acabando com os processos de reforma agrária e que também esta retirando uma possibilidade única da história do Brasil de redemocratizar o direito ao acesso à terra, tudo isso com esse golpe”

O MST também ocupou a fazenda de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, a Confederação Brasileira de Futebol. Segundo Joaquim Piñero, da direção nacional do MST do Rio de Janeiro, a ação serviu para dar visibilidade as denúncias contra Teixeira, que já tem ordem de prisão decretada na Espanha.

“Esta fazenda tem fortes denúncias de que foi comprada a partir do processo de lavagem de dinheiro desses escândalos de corrupção envolvendo a Fifa e a CBF. E nós estamos aqui exigindo que as autoridades brasileiras emitam a ordem de prisão [para Ricardo Teixeira] e que punam esse conhecido corrupto. Nós queremos que essas terras sejam utilizadas para a reforma agrária”

A sede do Incra em, Salvador, capital do estado da Bahia foi ocupada como forma de protesto pela morosidade nas demarcações de terras indígenas e quilombolas, além da paralisação da reforma agrária.

Outra ação importante foi a ocupação da fazenda em Rondonópolis, no Mato Grosso que pertence ao Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi do PP. De acordo com Idalice Nunes, da direção nacional do MST, a propriedade de Maggi simboliza o agronegócio que impede a distribuição de terras.

“O senador Blairo Maggi é um dos maiores produtores de soja do Mato Grosso. Além de usar 1 milhão de litros de veneno nas suas propriedades, ainda concentra terra e não permite que a reforma agrária aconteça”

No Mato Grosso do Sul, uma fazenda em Itaquirí, também amanheceu ocupada. De acordo com o MST, a área é usada para monocultivo de cana. Já em Aracajú, no Sergipe, mais de 10 mil sem-terra marcharam pela capital.

O MST também realizou ocupações em Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão e Paraná.

Fonte: Brasil de Fato

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