Conferência de Abertura

“É um grande prazer participar desse momento de trocas latino-americanas. Tenho certeza absoluta que estes dois dias serão importantes para o processo de resistência a essa onda neoliberal que toma conta do Brasil e de outros países da América Latina. Portanto, é nosso desafio continuar construindo práticas políticas e pedagógicas mediadas pelo conhecimento”, disse Nilma Lino Gomes, Ministra das Mulheres, Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos no Governo da Presidenta Dilma Rousseff, ao iniciar sua explanação.

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Na Mesa: Nilma Lino Gomes, Ministra das Mulheres, Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos no Governo da Presidenta Dilma Rousseff,  Feliciana Saldanha, diretora estadual e Coordenadora do Depto. de Formação Pedagógica e Sindical do Sind-UTE/MG e Daniela Gonçalves, diretora estadual e da Subsede Betim

Abordagens sobre os principais desafios que colocam em xeque a democracia e os direitos sociais e humanos hoje no Brasil e em outros países da América Latina foram feitas por Nilma que afirmou se orgulhar da sua profissão. “Nós resistimos até agora porque nos organizamos e porque estamos empenhados em combater essa onda conservadora, seja com a nossa postura política em sala de aulas, seja com as nossas mobilizações nas ruas.”

Nilma falou ainda do valor da democracia para dizer que não temos “uma qualquer democracia” e lembrou das conquistas sociais que nos canaliza para  uma educação pública forte e universalizada, mas alertou que isso tudo é ainda um processo de luta e de conquista, daí a necessidade de não parar a luta.

A onda privatista que atormenta o povo brasileiro atualmente, sendo que a educação também se encontra nesse imaginário, foi destacada como um processo que está na contramão das práticas do imaginário público e o movimento docente é quem mais tem denunciado isso.  “Quando vejo os estudantes e os jovens organizando suas lutas em defesa da escola pública, construindo esse sentimento de direito e de pertencimento de que – a escola é nossa –  me alegro, pois não vejo esse como sendo um movimento munido de sentimentos privatistas, mas de uma consciência nascida no seio dos movimentos sociais de que o direito à educação é legítimo e deve ser defendido por todos.

Ao finalizar, abordou sobre o que a direita pretende com o projeto da Escola Sem Partido (PL 867/2015), que tramita no Congresso Nacional. Alertou que para o projeto privatista da direta ser bem sucedido é preciso calar a escola. E esta ideia de calar, vigiar e punir não se restringirá a educação básica mas atingirá também o Ensino Superior e a formação dos professores. Apesar de todas as dificuldades do momento buscou inspiração em Paulo Freire para falar  de esperança e de outros tipos de resistências que precisam ser construídas. “As águas turvas da despolitização não podem ser as águas turvas da desesperança. Não podemos e não vamos desistir dos avanços de tudo que conquistamos”, reforçou.

A discussão da escola pública e da resistência devem nos impulsionar a fazer análises mais complexas do momento atual.  “Quem faz perguntas fracas vai ter respostas fracas, mas se fizermos perguntas fortes, teremos respostas. E são as repostas fortes que vão nos ajudar a organizar as nossas resistências, disse Nilma Gomes, que finalizou com uma frase de Erick Hobsbwam: “Não nos desarmemos, mesmo em tempos insatisfatórios. A injustiça social ainda precisa ser denunciada e combatida. O mundo não vai melhorar sozinho.”

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Nilma Lino Gomes, Ministra das Mulheres, Igualdade Racial, Juventude e Direitos Humanos no Governo da Presidenta Dilma Rousseff

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07/07/2016 – Mais de 500 educadores/as participaram o Encontro

Textos: Studium Eficaz e Fotos: Lidyane Ponciano/Sind-UTE/MG

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