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CUT/MG debate conjuntura de Minas no 5º Encontro dos Movimentos Sociais

  • 05/05/2014


Beatriz Cerqueira denuncia descaso com políticas públicas, prejuízos causados pelo choque de gestão, judicialização e criminalização das práticas sindicais

Análise de conjuntura de Minas Gerais, com denúncias sobre o descaso com políticas públicas, os prejuízos causados ao Estado pelo choque de gestão, a judicialização e a criminalização dos movimentos sindicais e sociais e a apresentação da pauta da classe trabalhadora para as eleições e agenda para 2014. Estes foram os temas da presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) e coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG), Beatriz Cerqueira, na mesa de abertura do 5º Encontro dos Movimentos Sociais, que começou nesta quinta-feira (1º), no pátio da Assembleia Legislativa. Ela falou juntamente com João Pedro Stedile, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

O 5º Encontro dos Movimentos Sociais, que termina neste sábado (3), tem como temas principais os debates sobre o Plebiscito Popular sobre a Redução da Tarifa de Energia Elétrica, que coletou 600 assinaturas no ano passado, e sobre a construção do Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva para a reforma política, programado para 7 de setembro.

Iniciando a plenária de abertura do Encontro de Movimentos Sociais, João Pedro Stedile, liderança do MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra abriu o debate sobre a conjuntura nacional e estadual parabenizando a mobilização em Minas Gerais. “Estamos buscando de forma coletiva as saídas pra resolver os problemas do país. Vocês estão de parabéns porque Minas Gerais é o estado onde as forças populares conseguiram reunir o leque mais amplo de movimentos sociais.”
Para Stedile, a política neodesenvolvimentista de Lula e Dilma trouxe muitos benefícios para a sociedade, apesar que também satisfez os interesses da burguesia. Precisamos ir além de uma Bolsa Família para resolver os problemas das classes mais pobres. Ainda não conseguimos a universalização da universidade. E os assuntos que são contrários aos interesses do capital, não conseguem ser aprovados no Congresso. “Hoje, nós, movimentos sociais, estamos em uma encruzilhada.”
João Pedro disse ainda que as mobilizações de junho de 2013 desencadearam um assunto antes trancado e mostraram que há uma propensão da classe trabalhadora a voltar falar de política, e não só esperar as eleições.
Ao iniciar sua fala, Beatriz Cerqueira ressaltou a importância da CUT estar presente no 5º Encontro dos Movimentos Sociais no Dia do Trabalhador. “Nosso 1º de Maio é de luta, não de festa, shows ou de sorteio de brindes. Ainda há muito pelo que lutar e precisamos interagir sempre com os movimentos sociais. Há muito o que avançar em conquistas e para acabar com problemas que afligem os trabalhadores”, disse.

Na análise de conjuntura sobre o Estado, ela fez uma correção: “Em Minas, o que combatemos não teve início em 2003. Vem desde 1993. Desde aquele ano, o mesmo grupo político controla o Estado. Muita gente pensa que se o problema envolve o governo, o afetado é o servidor público. Todos sofrem e não podemos deixar que o choque de gestão chegue à quarta geração.”

As consequência mais nefastas do choque de gestão, na opinião de Beatriz Cerqueira, estão nas políticas públicas. “O PIB per capita é Minas Gerais é um dos menores do Brasil, segundo dados do IBGE. E a população não sabe nada disto. Há uma estratégia de blindagem e o povo não conhece a realidade do Estado. Cria-se uma ilusão, pela propaganda na mídia, que tudo está muito bem. Em Minas Gerais temos 1,6 bilhão de analfabetos, ou seja, um décimo da população é marginalizado. É maior taxa de analfabetismo do Sudeste. Cinco milhões de pessoas têm renda inferior a um salário mínimo, a menor renda familiar do Sudeste. O índice de trabalho infantil é assustador”, afirmou.

A presidenta da CUT/MG acrescentou que a falta de investimentos em setores fundamentais como educação e saúde causa danos incalculáveis à população. “Faltam 1 milhão de vagas para o segundo grau e 65% das crianças ficam fora do sistema escolar de educação infantil”, falou Beatriz Cerqueira, que cobrou também do governo federal. “Falta diálogo com a pauta da classe trabalhadora. O governo federal investiu na ampliação das escolas técnicas e as universidades, mas  tem uma dívida enorme com a educação básica. Não avançaram a redução da jornada de trabalho, o fim do fator previdenciário, da terceirização e vemos, com preocupação,  o crescimento das parcerias público privadas.”

Outro problema é situação econômica de Minas Gerais. “O Estado está quebrado, por causa dos bilhões de reais tomados para empréstimo. Cerca de 13% da arrecadação são usados para  pagar a dívida. Em 2013, foram R$ 5 bilhões em empréstimos. Esta conta terá que ser paga.” A entrega das riquezas do Estado pelo projeto neoliberal também preocupa. “As riquezas como a mineração, a energia e os recursos hídricos estão sendo passadas para o capital internacional sem o menor controle do Estado”, denunciou.

Beatriz Cerqueira também destacou a criminalização dos movimentos sociais, o domínio do governo do Estado no poder legislativo e no poder judiciário. “A criminalização das lutas sociais é muito crescente. A face policial é a única que o governo apresenta. O poder legislativo está a serviço do projeto que está no governo. A criminalização que é apresentada aos movimentos sociais e sindicais, o Judiciário corrobora.” Para a presidenta da CUT/MG, o enfrentamento com o projeto neoliberal nas eleições é fundamental. “Temos que construir uma pauta de interesse da classe trabalhadora juntamente com os candidatos que se comprometerem com as reivindicações do povo brasileiro.”



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