CUT/MG, sindicatos e conselheiros municipais fazem ato no Dia Mundial da Saúde

Manifestantes cobram mais investimentos do governo do Estado, valorização do SUS, concurso público, unidades, UPAs e hospitais prometidos pelo prefeito de BH

Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), sindicatos e entidades CUTistas, Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, usuários e trabalhadores da saúde realizaram ato público pelo Dia Mundial da Saúde na manhã desta segunda-feira (7), na Praça Sete, Região Central da capital mineira. Eles cobraram mais investimentos pelo governo do Estado, que desrespeita a Constituição ao não destinar 12% da arrecadação à saúde, valorização dos SUS e dos trabalhadores do setor, bem como garantia de uma saúde pública, universal e de qualidade. Manifestantes reforçaram também  que o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, não cumpriu a promessa de construir 81 unidades básicas de saúde, a UPA Noroeste,  e não concluiu o Hospital Metropolitano do Barreiro e a Maternidade de Venda Nova. Eles defenderam, ainda, o investimento de 10% da receita bruta na União em saúde e o programa Mais Médicos.

Pela CUT/MG participaram do ato o secretário da Juventude e presidente do Conselho Municipal de Saúde, Ederson Alves da Silva; o secretário de Saúde do Trabalhador Djalma de Paula Rocha; a secretária de Políticas Sociais, Lourdes Aparecida de Jesus Vasconcelos; e o secretário de Comunicação Neemias Rodrigues.

“Este Dia Mundial da Saúde não é uma data para comemorar, mas, sim, para protestar. Os conselheiros municipais da saúde estão aqui para cobrar da Prefeitura de Belo Horizonte uma saúde pública de qualidade. Onde estão as 81 unidades básicas e as UPAs que foram prometidas?”, disse Ederson Alves da Silva. O presidente do Conselho Municipal da Saúde acrescentou que nas unidades em funcionamento faltam condições de trabalho, profissionais, equipamentos de proteção individual e medicamentos.  “Além disso, o número de agressões aos servidores vem crescido, e muitas vezes em virtude de falhas no sistema, levando os usuários a descontar a raiva nos trabalhadores. E a gestão não apresenta solução a esse e outros antigos problemas”, afirmou.

“O ex-governador de Minas, Aécio Neves, foi processado pelo desvio R$ 4 bilhões dos recursos da saúde. Faltam medicamentos, faltam trabalhadores e trabalhadoras e as condições de trabalho são precárias. A população precisa de mobilizar e cobrar do governo do Estado uma saúde de qualidade”, disse Neuza Freitas, do Sind-Saúde/MG.

“Estamos nas ruas, com o apoio da CUT, para denunciar a situação da saúde hoje em Minas Gerais, Estado em que não são investidos os 12% da arrecadação na saúde. Mas, a aprovação do projeto que determina o investimento de 10% do PIB na saúde ainda não aconteceu no Congresso Nacional. Queremos conscientizar a população de que é preciso de mobilização, unidade e luta para garantir uma saúde pública de qualidade. A CUT traz para a sociedade esta preocupação. Onde estão os postos de saúde? E o controle social pelos conselhos municipais e estaduais?  E os hospitais?  Quem defende a saúde dos trabalhadores que cuidam dos usuários. E a saúde dos servidores reflete no atendimento à população. A população precisa se conscientizar e ir para as ruas para lutar por uma saúde de mais qualidade”, falou Paulo Roberto Venâncio de Carvalho, coordenador do Sind-Saúde/MG.

“No Dia Mundial da Saúde estamos aqui para denunciar que o governo do Estado não investe o mínimo que a Constituição determina na saúde e na educação. E para mostrar nossa indignação com o tratamento que trabalhadores, trabalhadoras e usuários recebem, com uma gestão que não investe em saúde, educação e mobilidade urbana”, afirmou Neemias Rodrigues, secretário de Comunicação da CUT/MG e diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região.

Cleide Donária de Oliveira, diretora do Sindibel, cobrou mais concursos públicos para servidores e servidoras municipais da saúde. “Há anos cobramos concursos para a agentes de saúde, mais pessoal para as unidades de saúde, as UPAs e para os hospitais, que foram prometidos e ainda não foram inaugurados. Todos os trabalhadores estão esperando por concurso público.”

Para Ângela Maria de Moura, diretora da área de Saúde do Sindibel, é fundamental a garantia de que os 10% da receita sejam realmente aplicados no setor no país e melhorem o atendimento ao usuário. “Deveriam ser 2 mil usuários por equipe de saúde da família. Mas atendemos mais de 4 mil. Precisamos de uma política efetiva que valorize o trabalhador. Precisamos de concurso público. Nada de privatização ou terceirização.”

Djalma de Paula Rocha, secretário de Saúde do Trabalhador da CUT/MG, alertou que, para propor e lutar por melhorias, a classe trabalhadora precisa ter representantes na Conferência Nacional de Saúde. E, para isto, é preciso uma participação efetiva das conferências por macrorregiões.

(Site CUT/MG – 07.04.14 – Rogério Hilário)

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