Dia de cobrança ao governo do Estado

De volta à Cidade Administrativa, trabalhadores/as em educação, vindos de todas as regiões do Estado, e sob coordenação do Sindicato Único dos Trabalhadores/as em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), realizaram o Dia de Cobrança ao Governo do Estado, nessa quarta-feira, 6 de julho. O dia foi de paralisação das atividades nas escolas estaduais, Superintendências Regionais de Ensino e Órgão Central.

A concentração teve início às 10 horas da manhã. Com apitaço, faixas e muita disposição, os manifestantes se mobilizaram na Cidade Administrativa que chega a receber por dia cerca de 30 mil pessoas.  “Estamos fazendo esse dia de manifestação, com paralisação total de atividades, para cobrar do governo do Estado vários compromissos assumidos e pendentes até agora com a categoria”, disse a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira.

De acordo com a direção do Sindicato, o que motivou a mobilização deste dia foram demandas do Acordo assinado entre o Governo do Estado e a categoria, por meio do Sindicato em maio de 2015, e que ainda estão pendentes de cumprimento. São elas:

– o pagamento do retroativo do reajuste de 11,36% do Piso Salarial Profissional Nacional (fevereiro, março e abril deste ano);

– progressões na carreira a partir de janeiro deste ano;

– promoções na carreira desde setembro de 2015;

Além disso, o governo assumiu compromisso com correção das distorções das carreiras das Superintendências Regionais de Ensino (SREs), após uma greve de 86 dias do setor, em 2015.  Até então, nada disso foi encaminhado.

Não aceitamos pagar a conta

A coordenadora-geral do Sind-UTE/MG lembrou que este ano já foram realizadas sete agendas com o governo cobrando o pagamento do retroativo do reajuste. Ela afirmou que a proposta apresentada é parcelar em 12 vezes o pagamento referente ao retroativo do reajuste do Piso Salarial dos meses de janeiro, fevereiro e março. “Essa não é uma proposta que consideramos sequer possível de ser debatida. Não temos dúvidas de que todas as categorias são importantes, mas não aceitamos que a educação, que está na base da pirâmide, que tem a pior média de remuneração salarial do funcionalismo público, pague essa conta”, justificou.

A direção do Sindicato também argumentou que o objetivo desse “Dia de Cobrança”, que acontece em todo o Estado, tem a finalidade de dar visibilidade à pauta da educação e, ao mesmo tempo, pressionar o Governo que os/as trabalhadores/as em educação querem o cumprimento de demandas que afetam o cotidiano da escola. “Retroativos do Piso, progressões e promoções não foram pagas completamente para todos os que têm direito. Tudo aquilo que impacta nas negociações salariais e que já fizemos acordo para o conjunto da categoria, nós queremos ver cumpridos, assim como outras demandas que já começam a se acumular”.

Só a luta garante conquistas

O Sind-UTE/MG  e os trabalhadores/as, segundo avaliações feitas durante a manifestação de hoje,  acertaram na estratégia de prosseguir, sem interrupção, a luta. “Não paramos um só instante de fazer a disputa da nossa pauta e talvez até por isso estamos hoje buscando garantir o pagamento do retroativo do reajuste do Piso. Em outras épocas recentes nem se falar em Piso poderíamos”, destacou a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, que também lembrou o resultado recente das discussões e acompanhamentos feitos junto ao governo do Estado e Assembleia Legislativa. “Foi com a nossa participação, que conseguimos impedir que 15 mil cargos de professores dos anos iniciais e a carreira de Auxiliar de Serviços da Educação Básica fossem extintos com a Reforma Administrativa do governo”.

Cenários preocupantes

A Greve da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), que já passa de 60 dias e da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) foram citadas como movimentos importantes que marcam o cenário de embates no Estado neste momento. No entanto, essa realidade não tem ganhado os holofotes da grande imprensa, o que segundo a direção do Sind-UTE/MG, pode ser vista como uma estratégia de invisibilizar as lutas dos trabalhadores.

Por várias vezes, os manifestantes se posicionaram com palavras de ordem “Fora Temer” para denunciar que também não aceitam os mandos e desmandos que vêm acontecendo no âmbito nacional.

Os/as educadores/as estão certos de que as medidas anunciadas por meio do projeto “Uma ponte para o futuro” penalizam os/as trabalhadores/as de maneira irreversível. “Corremos sérios ricos de, em janeiro do próximo ano, não termos mais o reajuste anual do Piso Salarial, porque o governo golpista do Michel Temer prevê corte de bilhões de reais na educação. Então, a luta precisa continuar, até porque, a reforma da previdência, as ameaças que estão postas à aposentadoria para mulheres, os cortes no orçamento para educação e a saúde são reais. Além disso, se o Projeto de Lei 257 for aprovado e replicado nos estados teremos congelamento de salários e um forte ajuste em todos os setores. Sendo assim, só nos resta mobilizar, pressionar e resistir”, alertou a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG.

Próximos passos

Novas mobilizações serão convocadas pelo Sind-UTE/MG para pressionar o governo por retornos sobre o reajuste e carreira.

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