Dia Nacional de Paralisação une centrais, trabalhadoras e trabalhadores do campo e da cidade em BH

Uma manifestação histórica, com a participação de categorias dos setores público e privado representadas por sindicatos e entidades CUTistas, que paralisaram as atividades, marcou nesta sexta-feira (10) o Dia Nacional de Paralisação e Mobilização contra as reformas trabalhista e da Previdência em Minas Gerais. Assim como aconteceu em outros 23 estados, o protesto uniu a classe trabalhadora, que não vai sair da ruas enquanto não vencer a pauta golpista, que inclui também o congelamento de investimentos em políticas públicas por 20 anos, o trabalho escravo, entre outras medidas que representam o retrocesso e a retirada de direitos e conquistas.

Em Belo Horizonte, em ato na Praça da Estação, foi lançada uma campanha de esclarecimento à população dos impactos da reforma trabalhista, com a distribuição de material com informações detalhadas e com os nomes de deputadas e deputados e senadores mineiros que aprovaram a proposta da nova legislação que entra em vigor neste sábado (11). Outras publicações que também serão distribuídas e debatidas, trarão detalhes das demais pautas d governo golpista e ilegítimo de Michel Temer.

As mobilizações organizadas por entidades CUTistas começaram de madrugada, com os metalúrgicos bloqueando a BR 381, em Contagem. Seguiu com paralisações em bancos e, em uma delas, trabalhadoras e trabalhadores da Agência Tamóios do Banco do Brasil, se concentraram na porta do prédio. Outras atividades foram realizadas na capital e culminaram com a concentração de várias categorias e ato na Praça da Estação, já tradicional local de protestos no Centro da cidade.

Por volta das 11 horas, milhares de pessoas seguiram para a Praça Sete, e se uniram a manifestantes das outras centrais sindicais. Os manifestantes seguiram para a sede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), na Avenida Barbacena, onde o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estavam acampados desde a quarta-feira (8). Os sem terra ocuparam a empresa, em solidariedade a eletricitárias e eletricitários, em campanha salarial, e para pressionar o governador do Estado a não aderir à reforma trabalhista e a cumprir promessa de eletrificação rural de assentamentos e de pauta ambiental. De lá, todos foram para a Assembleia Legislativa para audiência pública sobre Escola Sem Partido e a mordaça no ambiente escolar.

“Nós vamos à guerra. O mais importante neste dia histórico e que muitas categorias pararam ou se mobilizaram. E ainda estão aqui na Praça da Estação.  É um dia de luta exitoso. E esta é uma grande contribuição para que possamos vencer a reforma trabalhista. A mídia questionou se não é tarde demais para isso. Só que nós lutamos contra esta pauta o ano inteiro, não apenas agora em novembro. Começamos no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março; fizemos a maior greve geral dos últimos tempos; foi nossa pauta no 21 de abril; no dia 30 de junho; em todas as nossas atividades, manifestações, atos. Uma lei não vai impedir a continuidade da luta. A reforma trabalhista não vai pegar com a nossa resistência. Não vamos sair das ruas. Vamos continuar nas ruas o tempo que for necessário”, afirmou Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT/MG.

“Precisamos esclarecer a população, que ainda não entendeu a reforma. Por isso, vamos iniciar hoje a distribuição de material para mostrar ao povo quem são os golpistas. Vamos entregar a publicação ao povo no trajeto até a Assembleia Legislativa. O Temer não está sozinho neste projeto golpista. Vamos publicar as carinhas de deputadas, deputados e senadores que votaram contra o povo brasileiro. E faremos isso com todas as propostas golpistas que forem aprovadas, como a PEC do congelamento de investimentos; a venda do pré-sal. Vamos contar como eles estão votando. E que o golpe vem trazendo medidas desastrosas, como a redução do salário mínimo e cortes no Benefício de Prestação Continuada e nas aposentadorias por invalidez. Vamos dizer não à reforma trabalhista e a todas as reformas. É possível fazer um novo projeto de país, que não exclua as pessoas, que não retire direitos”, disse Beatriz Cerqueira.

Na chegada à Cemig, o coordenador geral do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG), Jefferson da Silva, anunciou o encerramento da ocupação do MST à sede da empresa. “A ocupação, em solidariedade a eletricitárias e eletricitárias, que lutam para que o Acordo Coletivo impeça a adesão da empresa à reforma trabalhista, foi histórica e simbólica. A solidariedade é a alternativa da luta para derrotar a pauta golpista. Hoje se encerra a ocupação da sede. Mas mandamos um recado ao governador Fernando Pimentel: não permitiremos que o Estado aplique as regras da reforma para nenhuma categoria.”

Metalúrgicos

Na manhã desta sexta-feira (10, metalúrgicas e metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem e região fizeram uma manifestação contra a reforma trabalhista que entra em vigor  neste sábado. Representantes sindicais, das centrais e federações juntamente com trabalhadores e trabalhadoras metalúrgicos, seguiram em passeata pela BR 381 em Contagem, com faixas e cartazes denunciando os males que esta reforma vai causar na vida dos brasileiros. Mesmo com um forte aparato policial da Polícia Militar tentando impedir a manifestação, todos seguiram até a Refinaria Gabriel Passos (Regap) com vários motoristas que passavam pelo local e demonstravam apoio ao ato, saudando os manifestantes com o uso da buzina e o sinal positivo.

Foto: Rogério Hilário

Fonte: CUT Minas

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