Educadores denunciam: governo de Minas nega direito aos alunos ao retirar o professor de Educação Física dos anos iniciais

Com indignação. Esse é o sentimento dos educadores ao analisar a decisão do governo de Minas de retirar, a partir de 2013, cerca de 14 mil professores de Educação Física e de Ensino Religioso dos anos iniciais da escola (Ensino Fundamental). No Educação em Debate, do Outras Palavras, desse domingo (27/07), na TV Band, você vai acompanhar, de 7h às 7h:30, esse e outros assuntos.

Ao conversar com a professora e coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, a professora de Educação Física da rede estadual, Santuza Campos Pinto, reconta a história da Secretaria de Estado da Educação que, desde os tempos em que a Secretária de Educação era Vanessa Guimarães e o então Secretário-Adjunto, João Filocre, tentavam retirar a Educação Física dos anos iniciais do Ensino Fundamental. “Não há surpresa nessa decisão. Já naquela época, eles trabalhavam para isso com o argumento, puro e simples, de medida de economia. Jamais se preocuparam em entender que o maior prejudicado com isso é o aluno, sobretudo, o mais carente”, destaca.

A criança de hoje, lembra a professora, não pode mais brincar na rua ou ir a uma praça, pois, há violência por todo lado. Resta então a educação física nas escolas. É por meio do esporte que ela extravasa, tem a oportunidade de se socializar, exercitar a sua percepção de espaço, a sua capacidade de aceitar o outro, superar desafios, ganhar segurança e aprender a trabalhar em grupo.

Ainda de acordo com a professora Santuza, ao retirar o profissional habilitado das aulas de Educação Física nos anos iniciais – o governo trabalha na contramão do que preconiza o Ministério da Saúde. A criança sem esporte, somente na frente do computador, paradinho, começa a adquirir hábitos ruins que leva para a vida adulta. “Quem tem o mínimo de conhecimento sobre fisiologia, anatomia, sabe que é importante combater a obesidade e que uma vida saudável no futuro passa, necessariamente, pela prática esportiva que começa na infância. Então investir na educação não é gasto, é uma garantia de direitos da criança e do adolescente”, afirma Santuza.

No AtualidadeSamuel Costa Santos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), afirma que  a reforma agrária é um tabu no Brasil, um dos poucos países do mundo que ainda não a realizou. “Apesar de a nossa Constituição ter delegado função social à terra, ainda há muitos latifúndios improdutivos por aqui, especialmente, terras públicas”.

Segundo Samuel, existem milhões de hectares de terras devolutas no Estado de Minas, e grande parte foram cedidos para empresas multinacionais.  As precárias condições dos assentamentos (total hoje de 42 em Minas) e dos 35 acampamentos deixam mais de 4 mil famílias às margens de uma vida digna, sem terem sequer infraestrutura básica – acesso à luz e água potável.

No Momento CUT Minaso presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas do Estado de Minas Gerais (FTIEMG), José Maria Soares, fala de sua luta árdua contra a terceirização. Há mais de 20 anos, ele vem combatendo essa prática e já foi até ameaçado de morte por essa causa. Numa conversa com a presidente da CUT Minas, Beatriz Cerqueira, relata esse seu trabalho incessante e a discriminação aos trabalhadores terceirizados – desde salários rebaixados, passando por adoecimentos até o trabalho análogo ao escravo.

Assista o Programa  Outras Palavras, uma produção do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG).

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