Em assembleia, professores suspendem greve

Mas a luta continua: aprovou-se a construção de um calendário de manifestações em defesa da valorização profissional e da Escola Pública

Depois de 92 dias – a paralisação iniciou-se no dia 13 de março -, os professores da rede pública decidiram suspender a greve. Na assembleia desta sexta-feira, 12 de junho, que reuniu 8 mil pessoas na avenida Paulista, aprovou-se a realização de manifestações – que devem acontecer na avenida Paulista às sextas-feiras, em datas a serem definidas – envolvendo não só a categoria, mas pais e alunos e outras entidades da sociedade civil.

Nestes três meses de greve, a APEOESP realizou grandes assembleias, que reuniram entre 50 e 60 mil professores, passeatas por diversas avenidas, fechamento de grandes avenidas e rodovias por todo o Estado, promoveu o acampamento em frente a Secretaria da Educação, professores se acorrentaram em frente a SEE para denunciar a truculência do governo e cobrar valorização da categoria e o atendimento das reivindicações. Todas estas ações escancararam para a sociedade as mazelas da educação pública.

Luta contra a reforma do Ensino Médio – Nossa mobilização e nossa luta não param com a suspensão da greve. Ao contrário. O governo, por meio do jornal “O Estado de S. Paulo” (edição do dia 6 de junho), anunciou que em 2016 haverá uma reforma do Ensino Médio – que será iniciada nas escolas de tempo integral. As ideias do governo são mal formuladas e mal explicadas. A diretoria da APEOESP reuniu-se extraordinariamente para discutir o assunto e tomou a decisão de aguardar mais informações sobre a pretendida reforma, mas desde já se posicionou contra o teor da proposta apresentada. Oportunamente, o sindicato irá promover debates, webconferências e manifestações contra essa reforma do ensino médio, buscando apoio dos estudantes, dos pais e outros segmentos sociais.

Inicialmente, a Secretaria da Educação disse que para já implementar a maior parte do curso, nos 2º e 3º anos do Ensino Médio em disciplinas optativas. De acordo com o Secretário da Educação, se não gostar de matemática, o estudante pode escolher teatro ou idiomas. Defendemos um ensino médio de qualidade para os filhos e filhas da classe trabalhadora. Currículo “a la carte” não!

(APEOESP, 12/06/2015)

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