Enem 2023 provou que o Novo Ensino Médio veio para aumentar a desigualdade educacional

Enem 2023 teve 60 redações nota mil, apenas 4 são de candidatos da rede pública de ensino. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é composto por provas de linguagens, ciências humanas, matemática e ciências da natureza, com questões objetivas de múltipla escolha, além de uma prova de redação. Em teoria, o Enem deveria avaliar o conhecimento acumulado pelos estudantes ao longo de sua trajetória escolar.

A reforma curricular conhecida como ‘Novo Ensino Médio’ introduziu uma estrutura que elimina disciplinas escolares a partir do 2º ano do Ensino Médio, substituindo-as por itinerários formativos que, teoricamente, deveriam ser escolhidos pelos estudantes. Além de amplificar desigualdades escolares, a reforma se mostrou administrativamente inviável, com escolas e redes de ensino tendo que planejar a oferta e a alocação de professores em dezenas (e até centenas) de disciplinas com pouco conteúdo científico. Maltratou a saúde física e mental dos trabalhadores e trabalhadoras em educação e sabotou os sonhos de muitos jovens.

Uma disparidade evidente se estabelece entre as escolas particulares, que, em grande parte, mantiveram as matérias tradicionais, e as escolas públicas, que foram obrigadas a aderir a itinerários formativos.

Defendemos a retomada da carga horária de 2,4 mil horas de Formação Básica para estudantes do ensino médio regular. Atualmente, a formação conta apenas com 1,8 mil horas. Além disso, propomos a vedação da oferta de componentes curriculares da formação geral básica à distância, o fim dos itinerários de ‘notório saber’, medida que possibilitou a presença de profissionais sem formação pedagógica nas escolas, e o fortalecimento da formação profissional integrada.

Cada dia mais evidente, o único caminho é a revogação do Novo Ensino Médio!

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