Greve da educação no Brasil

Greve da educação no Brasil

Oito estados brasileiros estão em greve hoje (3/6): Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Pernambuco, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Em Tocantins a paralisação começa na sexta-feira, dia 5/6.

Em São Paulo a greve já dura mais de 80 dias é a mais longa registrada. Nesta quarta (3/6), em assembleia, os educadores decidiram manter a paralisação. Eles pedem reajuste de 75,33%, suficiente para equiparar o salário dos professores aos dos demais profissionais com ensino superior no estado, conforme cálculo da Apeoesp.

No dia 1º, apesar da presença ostensiva da Polícia Militar, os educadores realizaram uma concentração em frente à Secretaria Estadual de Educação, pressionando por negociações, e conseguiram uma reunião do Secretário da Educação com uma comissão do Sindicato. A APEOESP cobrou posição do Governo sobre a reposição de aulas e o secretário assegurou que uma minuta de resolução será discutida ao final da greve. A APEOESP realizará uma “blitz” na rede buscando subsídios para que de fato a reposição corresponda às necessidades dos estudantes que ficaram sem os conteúdos curriculares no período da greve e também às necessidades de todos os professores que participam do movimento. Em relação ao reajuste salarial, o secretário informou que já encaminhou ao governador os estudos e propostas, mas não informou índices, afirmando que cabe ao governador fazer este anúncio. Durante o protesto um grupo de professores acorrentou-se na frente da Secretaria, em protesto pela forma desrespeitosa como a categoria vem sendo tratada e a falta de negociações.

No Paraná, em uma entrevista coletiva no dia 2, o governador Beto Richa afirmou que a proposta apresentada – com o parcelamento em 3 vezes dos 3,45% para este ano a inflação de 2015 só para janeiro de 2016 – está mantida. Na tarde de hoje (3/6), o líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli, apresentou uma nova proposta sobre a data-base dos servidores aos representantes do Fórum Estadual dos Servidores (FES) e a direção da APP-Sindicato. O projeto de lei deverá estabelece uma regra para os próximos três anos. O lançamento de faltas, descontos, processos administrativos ou quaisquer outras punições que o governo pode querer tomar contra a categoria foi colocado como condicionante caso a proposta seja acatada pela categoria em assembleia. A exigência do sindicato é o estabelecimento de uma mesa de negociação para tratar dos demais temas da pauta como o reajuste do piso nacional. O Comando de Greve vai avaliar a proposta e a convocação de uma nova assembleia. A paralisação dos servidores teve início no dia 28 de abril e no dia 29 foi marcada por um massacre da polícia de Beto Richa contra os educadores no Centro Cívico de Curitiba.

Goiás completou 22 dias de greve. Durante Café da Manhã da Educação, promovido pelo Sintego nesta terça-feira (2) os trabalhadores da Rede Estadual de Ensino receberam apoio de diversas entidades, como o Conselho Estadual de Educação, Sindicato dos Professores do Estado de Goiás, Escola de Educação da PUC, União Nacional dos Estudantes e subsecretaria Metropolitana de Educação e autoridades, como os deputados estaduais Isaura Lemos e José Nelto. A última proposta apresentada pelo governo, não atende as reivindicações da categoria, é pagar o Piso dos professores em julho e os meses de maio e junho, em 15 parcelas, a partir de janeiro de 2016. Para os administrativos, a proposta é conversar em outubro.

No dia 2, a categoria votou pela continuidade da greve em Pernambuco. Hoje os trabalhadores em educação fizeram um ato em frente à Secretaria de Administração (SAD), no Pina, e romperam negativa de negociação do governo. Durante a manifestação, alguns profissionais chegaram a ser agredidos por policiais militares. Nova assembleia está marcada para o dia 8 de junho, às 15h, no Teatro Boa Vista. Os trabalhadores em educação de Pernambuco retornaram à greve no dia 21 de maio, após não aceitarem a proposta de reajuste apresentada pelo governo. De acordo com o executivo, os professores teriam aumento de aproximadamente 7%, divido em quatro vezes, 0,83% retroativo a janeiro, além dos reajustes graduais de 2% em junho, outubro e dezembro. Dados levantados pelo Sintepe apontam que esse aumento, além de descumprir a Lei do Piso, a alteração nos vencimentos só representa 2,8% de ganho real. Os profissionais já haviam promovido 24 dias de greve, entre os meses de abril e maio. Além do reajuste, o Sintepe, representante da categoria, negocia com o governo uma pauta com aproximadamente 40 pontos de reivindicações.

Acampados desde segunda-feira no Hangar-Centro de Convenções da Amazônia, os professores da rede estadual do Pará, em greve há mais de 70 dias, realizam atividades culturais e educativas como aulão para o Enem, jogos, oficinas e atividades para as crianças, teatro e contação de história. Segundo a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), vários estudantes que chegam para a feira têm acompanhado o movimento dos professores e demonstrado apoio à greve. O acampamento vai até a próxima sexta-feira, 5, data prevista pelo governo do Estado para a publicação de uma folha suplementar corrigindo os descontos indevidos no contracheque da grande maioria dos professores. Hoje, o fim da greve da educação perpassa por três questões fundamentais. A devolução dos descontos dos dias parados, o pagamento retroativo do piso salarial e a lotação dos professores.

Os trabalhadores de educação de Mato Grosso do Sul decidem pela manutenção da greve em Assembleia na noite desta quarta (3/6) com a presença de mais de 20 mil professores e funcionários.

Em Santa Catarina cerca de 2 mil trabalhadores em educação estão reunidos hoje (3/6) em Assembleia Estadual, na cidade de Chapecó. O Governo do Estado, em comunicado ao SINTE, mantém os termos da minuta de acordo anterior, rejeitada pela categoria em assembleia, e aponta para novos pontos importantes de para a negociação, que podem abrir uma nova perspectiva no debate da carreira do magistério. A Assembleia Estadual tem como objetivo dar conhecimento a categoria do teor do documento para que a mesma faça a sua avaliação, analise o movimento e encaminhe os próximos passos a serem dados. A greve já dura mais de 70 dias.

Os trabalhadores da rede estadual do Sergipe decidiram em assembleia realizada no Instituto Histórico e Geográfico na tarde desta terça-feira,2/5, continuar a greve iniciada no dia 18. Cerca de 30 educadores, que se revezavam em protesto com algemas na sede do Governo, no Palácio dos Despachos, abriram, nesta quarta-feira (3/6), as algemas após uma semana presos, mas mantêm a ocupação da sede da administração de Sergipe. Em ato simbólico de abertura das algemas, elas foram entregues ao Ministério Público Federal como forma de estímulo ao combate a corrupção na alimentação e transporte escolar promovido pelo órgão. Na sexta (5/6), fazem ato público em Estância (concentração na Unit às 16h) e no sábado em Itabaiana (horário e local de concentração a confirmar). Também na sexta, às 9h, haverá nova assembleia em frente ao Palácio de Despachos.

A CNTE tem ainda o registro das seguintes greves municipais: AL – Maceió; BA – Lauro de Freitas; MS – Campo Grande; MT – Matupá, Sta Terezinha, Canabrava do Norte, Jaciara, Denise e Santo Antonio do Levergere.

 

(Site CNTE – 03/06/15)

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