Milhares de educadores e educadoras realizam dia de paralisação de atividades com mobilização em Belo Horizonte sob coordenação do Sind-UTE/MG

Com palavras de ordem, faixas, cartazes, apitaço e muita indignação, cerca de 3 mil trabalhadores e trabalhadoras em educação de todas as regiões do Estado e sob coordenação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG) realizam nessa quarta-feira, dia 27/12/17, um dia de paralisação total de atividades com mobilização. Desta vez o local escolhido foi a porta de entrada do Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, sede onde normalmente o governador Fernando Pimentel despacha.

Apoio e solidariedade

A mobilização ganhou a adesão de um número surpreende de servidores/as e teve a solidariedade de várias entidades representativas de classe e de lideranças sindicais e políticas que foram até a Praça da Liberdade levar apoio aos profissionais da Educação. Ex-presidente do Sindifisco-MG, Lindolfo Fernandes de Castro disse que o governador Pimentel promove em Minas o Robin Hood às avessas, pois, tira do pobres para dar aos ricos. A coordenadora-geral do Sindifes, Cristina del Papa, afirmou que Pimentel ao excluir a educação do pagamento em dia do 13º Salário dá mostras de que não valoriza do segmento. Jairo Nogueira Filho, secretário-geral da CUT/MG, lembrou que a educação não merece esse tratamento e quando mexem com a educação mexem com toda a classe trabalhadora. Jefferson Leandro Silva, coordenador-geral do Sindieletro-MG afirmou que os trabalhadores da Cemig também têm sido preteridos por esse governo assim como a educação e reforçou a solidariedade aos/às educadoras.

A mobilização em frente ao Palácio da Liberdade também recebeu apoio também da Aduemg, Associação dos Docentes da UEMG – Universidade Estadual de Minas Gerais, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sindirede) e do deputado estadual e 1º Secretário da Mesa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Rogério Correia, que se posicionou sobre a necessidade do governo abrir diálogo com a categoria.

A presidente do Sisipsemg, Sindicato dos Trabalhadores no Ipsemg, Maria Abadia, por sua vez, afirmou que a saúde, assim como a educação, não pode esperar a boa vontade do governo, pois, a situação é muito crítica. “Temos assembleia nesta data e não descartamos radicalizar o movimento e fazer uma greve ampliada”, disse. Os servidores da Biblioteca Pública Estadual também apoiaram a mobilização da educação.

Cadê o nosso dinheiro?

Enquanto caminhavam da Praça da Liberdade até à Praça Sete onde a mobilização foi encerrada, os servidores e servidores dialogaram com a população e entoaram algumas músicas para mostrar indignação: “Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”, disseram os manifestantes, que também perguntaram “Pimentel, cadê o nosso dinheiro, pague o 13º.

Por várias vezes, a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira lembrou que os recursos para pagar o 13º Salário da educação existem, pois, o segmento tem recursos vinculados, sendo a Quota Salário-Educação (QESE) uma das verbas. Ela também lembrou que o governo não está investimento do mínimo constitucional exigido em Lei, que são os 25% de investimentos relativos aos impostos arrecadados. “Então, para onde está indo o dinheiro da educação? Onde o governo está aplicando esses recursos?”

Terceira manifestação pelo pagamento do 13º Salário

Essa foi terceira grande mobilização dos/as servidores/as da educação para fazer essa cobrança.

No dia 6 de dezembro – a categoria se manifestou com bloqueio das entradas dos prédios da Cidade Administrativo, num ato que também reuniu profissionais de todas as regiões de Minas.

Já no dia 18 de dezembro – o Sind-UTE/MG realizou uma manifestação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, data em que também impetrou Mandado de Segurança na Justiça. Já no dia 21 de dezembro, a entidade realizou uma coletiva de imprensa na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para relatar as ações em curso.

Depois dessa mobilização, o governo chamou o Sind-UTE/MG e outras entidades representativas do funcionalismo para se reunir. Mas, a opção do governo de pagar o 13º de algumas categorias, deixando outras para receber em quatro parcelas (janeiro, fevereiro, março e abril) indignou a todos, tendo sido considerada uma atitude inaceitável.

Escolha” – O Sindicato denuncia que essa é a primeira vez que um governo mineiro “escolhe” não faz nenhum pagamento do 13º no mês de dezembro. “É inadmissível essa postura do governo, anunciada pelo secretário de Governo Odair Cunha, de dar tratamento diferenciado para algumas categorias em detrimento de outras. “O 13º Salário é um direito e no caso da educação beneficia muitos servidores que ganham menos de um salário mínimo bruto”. Escolher pagar quem ganha R$ 40 mil e deixar quem ganhar menos de um salário mínimo não é uma escolha equilibrada, lembrou a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira.

Ano letivo vai começa na pressão – Os manifestantes, por diversos momentos, lembraram que o ano letivo em 2018 começará sob pressão e até chegaram a falar na possibilidade de uma greve na volta às aulas. “Temos hoje uma categoria fragilizada, empobrecida e sem o 13º Salário. O governo fez escolhas, mas, nós também poderemos fazer”, disse Beatriz Cerqueira ao responder a imprensa sobre a possibilidade do ano letivo começar com mobilizações e greve. Outro ponto destacado foi o reajuste de 6,8% anunciado pelo MEC para Piso Salarial Profissional, que em Minas vai se acumular com os 7,64% de 2017 e ainda não incorporado aos salários. “Esse governo não está cumprindo o que assinou conosco e por isso estamos dando hoje mais um recado nas ruas. Governo que valoriza a educação cumpre o que assina”.

Mais de 3 mil nas ruas – Mesmo estando às vezes do Ano Novo, os/as trabalhadores/as em educação mostraram que estão com disposição de ir à luta. A mobilização dessa quarta-feira, com paralisação de atividades, reuniu profissionais da educação de todas as regiões do Estado

Ao longo da caminhada, do alto do carro de som, os manifestantes relembraram o que está sendo esquecido pelo governo do Estado. Além do pagamento do 13º salário, do reajuste do Piso Salarial, os servidores e servidoras também abordaram a situação caótica daqueles que têm desconto em folha dos créditos consignados e estão sem salário, situação que precisa ser solucionada de maneira urgente, pois, as pessoas estão perdendo até o nome que têm na praça.

Justiça – No último dia 18/12, o Sind-UTE/MG entrou com um Mandado de Segurança no Tribunal de Justiça, para exigir que o Governo pague o pagamento do 13º salário e aguarda para qualquer momento decisão da justiça. “Fomos a primeira entidade sindical a acionar a justiça para cobrar desse governo que ele cumpra a lei e pague o 13º. Não podemos aceitar tratamento diferenciado e negação de um direito que é de todo o funcionalismo”, destacou a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG.

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