NOTA DE REPÚDIO

O juiz Volnei Santos Coelho, de Porto Alegre, determinou na tarde desta quinta-feira, dia 25, a imediata liberação das 16 pessoas, sendo 13 mulheres e 3 homens, que foram presas ontem à noite (24) em Porto Alegre, acusadas de formação de quadrilha e incêndio criminoso, após a divulgação do resultado do julgamento do ex-presidente Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

Uma das jovens detidas está com o tornozelo machucado e recebeu atendimento médico. Os rapazes passaram a noite algemados dentro das viaturas.  Garantias constitucionais como contato com advogados e familiares não foram permitidos e nem a possibilidade de fiança. Advogadas e advogados ativistas passaram a noite na delegacia para garantir o tratamento adequado previsto no ordenamento jurídico brasileiro no que se relaciona à detenção de pessoas.

O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais – Sind-UTE/MG tomou conhecimento no início da noite de ontem (24), após o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cerca de 20 jovens, entre eles militantes do Levante Popular da Juventude, MST, MPA e do Mídia Ninja, foram detidos no 3ª Departamento de Polícia de Porto Alegre, na capital gaúcha. Ainda antes de serem detidos no 3º DPPA, os militantes foram conduzidos ao Departamento da Criança e do Adolescente (DECA) devido a presença de um menor de idade.

Os ativistas foram abordados ainda na rua e conduzidos para a casa de um dos militantes do Levante Popular, que foi completamente revirada pela polícia sem que fosse apresentada qualquer justificativa. Durante a ação arbitrária realizada pela Brigada Policial de Porto Alegre, com policiais sem identificação, foi permitida que a RBS, filiada da Rede Globo, filmasse com exclusividade os militantes dentro da viatura e dentro do 3º DPPA, antes mesmo do acompanhamento por parte dos advogados de defesa.

Repudiamos a ação truculenta e discriminatória da Polícia, que aconteceu num cenário onde mais de 100 mil brasileiros e brasileiras tomaram as ruas da capital gaúcha, empunhando bandeiras em defesa da democracia, denunciando o golpe e o estado de exceção no país, perseguição clara da justiça golpista contra Luiz Inácio Lula da Silva, o maior líder da sociedade, e acima de tudo, a ação arbitrária mostra a clara intenção de criminalizar a esquerda e a luta popular pela democracia.

Não é a primeira vez.  A tentativa de criminalização pública dos movimentos sociais, sindicais, cidadãos e cidadãs, que se levantam e vão para as ruas para denunciar os desmontes e o ataque aos direitos constitucionais, é mais um braço do golpe contra a democracia no nosso país.

Lutar não é crime. O governo golpista, apoiado por setores da sociedade com a imprensa e a própria justiça, quer implantar em cada um(a) de nós o medo de se manifestar, reprimindo a nossa capacidade de indignação e principalmente, querem calar a juventude, querem calar o povo.

“Ganhamos nas ruas, no debate. Estive nas ruas quando usar uma camisa vermelha era quase um crime, éramos hostilizados por falar em defesa da democracia, em simplesmente mencionarmos o nome da presidenta Dilma Rousseff. Poucos iam para as ruas. Este jogo nós viramos! Não somos poucos! Acumulamos força! Acreditemos na força popular. O judiciário (com j minúsculo mesmo) é parte do golpe! Sigamos fazendo a luta, compreendendo as forças que estamos enfrentando”, afirma Beatriz Cerqueira, coordenadora-geral do Sind-UTE/MG e presidenta da CUT Minas.

Vivemos tempos de muita resistência. A luta está só começando. E podemos nos preparar porque não será a última tentativa contra o povo. Milhares de brasileiros(as) foram às ruas em defesa do esta

do democrático e o direito de Lula ser candidato à presidência. A própria História da Humanidade retrata que todas as conquistas fundamentais do indivíduo pelo direito à liberdade e à democracia, se fizeram em cima de mobilização, suor e sangue.

 Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação  de Minas Gerais (Sind-UTE/MG)

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