Nota de Repúdio – O Estado do Paraná deve interromper a gestão da violência contra os/as profissionais da educação!

A violência não deve se tornar uma resposta do Estado para as reivindicações do funcionalismo público. Essa é a postura que o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) vem reiterar, publicamente, diante de mais um caso de perversa agressão do Estado do Paraná com os profissionais da educação, no último dia 3/12/2019.

A categoria está em luta contra a Reforma da Previdência do governo Bolsonaro, que o governador Ratinho Junior (PSD) tenta implementar no estado, por meio de Propostas de Emenda à Constituição encaminhadas à Assembleia Legislativa. Caso aprovadas, as medidas aumentarão a contribuição previdenciária, o tempo de serviço e precarizará o direito a uma aposentadoria digna.

Na data, a categoria e parte do funcionalismo, que estão em greve, entraram na Assembleia para acompanhar a sessão, mas foi autorizada a presença de apenas 250 pessoas. Ao exercerem o direito constitucional de vigilância cidadã, os/as sindicalistas ocuparam os dois andares das galerias e tentaram protestar no Plenário. Nesse momento, as Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas atuaram com brutalidade.

Mesmo com a reunião suspensa, a Tropa de Choque da Polícia Militar invadiu o local e trouxe mais violência. A polícia continuou a atacar os servidores e servidoras com gás, spray de pimenta e socos.

O Sind-UTE/MG se solidariza com os trabalhadores e trabalhadoras em educação e com o funcionalismo público do estado do Paraná, e repudia, profundamente, a postura autoritária do governador, quando se mostra complacente com essa situação.  Só uma sociedade doente agride a classe trabalhadora ao reivindicar direitos que deveriam ser consensuais no Poder Público.

Pela recorrência dessa postura, é urgente lembrar ao Ratinho Junior (PSD) e a todo o país sobre o massacre do dia 29/4/2015, legitimado pelo governador do Paraná à época, Beto Richa (PSDB). A rede estadual de ensino estava em greve e, junto ao funcionalismo público, lutava contra um projeto de lei que mudaria as regras da Previdência Social. A manifestação foi reprimida com jatos d’água, cassetetes, cavalaria, spray de pimenta e até cachorro pitbull, o que resultou em derramamento de sangue.

O Sind-UTE/MG reafirma que o sindicalismo não se calará diante das tentativas de silenciamento, sustentadas pela violência do autoritarismo. Não aceitaremos, de maneira nenhuma, que a violação de direitos humanos seja banalizada, muito menos institucionalizada por uma Casa Legislativa que é chamada de Casa do Povo.

A Reforma da Previdência não só viola os direitos na lei, mas também violenta a vida concreta e nos remete a um período de obscurantismo político vivido na ditadura militar.

A democracia foi conquistada com muita luta e sangue. Não abriremos mão de reivindicar direitos com processos de negociação éticos e pacíficos.

O sindicalismo exige respeito e o mínimo de capacidade dialógica com a classe trabalhadora, por parte do governo do Estado do Paraná. Cobraremos por justiça!

Aos trabalhadores e trabalhadoras em educação paranaenses, seguiremos de mãos dadas.

 

A luta sindical não será criminalizada!

 

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