Pais, alunos e professores vão manter mobilização contra o fechamento de turmas do Ensino Fundamental em Escolas Estaduais

A comunidade escolar (pais, professores e estudantes) da Escola Estadual Professora Maria Amélia Guimarães, na Rua Amaral, 32, bairro Pirajá, próximo ao Minas Shopping, promoveram nessa segunda-feira, dia 10/03, mais uma manifestação na porta da escola contra o fechamento de turmas do Ensino Fundamental no turno da tarde.

Já foram recolhidas mais de 300 assinaturas de pais/responsáveis, em abaixo assinado, pedindo a permanência do Projeto Escola de Tempo Integral (PROETI), na escola com horário de atendimento de 7h30 as 17h30. Os pais e mães presentes decidiram manter a mobilização e orientaram os demais pais para que continuem trazendo seus filhos para estudarem no turno da tarde. Um novo ato foi marcado para a terça-feira, 11/03, às 13 horas, na frente da porta da escola.

São pais e mães como o Serafim França, pai de aluna da 6ª série, de 10 anos, que temem que seus filhos na faixa etária de 10 a 12 anos de idade tenham que dividir o mesmo espaço com alunos adolescentes de 16 e 17 do turno da manhã.

Tânia Batista que foi estudante da escola e hoje tem dois filhos (uma filha de 11 e um filho de 9 anos), estudando na escola tem o mesmo temor “crianças vão conviver com rapazes e moças com faixas etárias distintas e a escola não tem estrutura para isso, onde vão ficar as crianças que hoje estão em tempo integral, na rua?”, pergunta ela.

A preocupação é a mesma da mãe Kátia Barbosa Araújo, que não tem com quem deixar a filha Ana Beatriz de 10 anos. Alzira Maria Batista tem três filhos na escola, trabalha em dois empregos e precisa do PROETI. “Eu não tenho com quem deixar os meus filhos, preciso que o projeto continue funcionando”, afirma.

A orientação da Secretaria de Estado de Educação (SEE), através da Resolução SEE Nº 2.442, de novembro de 2013 é de priorizar as turmas no turno da manhã e cortado turmas no turno da tarde, vem acontecendo em várias escolas. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) denuncia que a SEE está fechando turnos em escolas estaduais em várias regiões do Estado. A iniciativa afeta toda a sociedade e preocupa a comunidade escolar.

Na Escola Professora Maria Amélia Guimarães, por exemplo, serão excluídas quatro turmas no turno da tarde, sendo três do 6º ano e uma do 7º do Ensino Fundamental. AEscola funcionava em tempo integral e, com isso, deixará de atender a 150 famílias, que precisam deixar lá seus filhos o dia inteiro. A escola que já atendeu com 17 turmas na parte da tarde, agora atende somente sete e, com o corte, o atendimento será reduzido para três turmas à tarde. A informação é da diretora Sind-UTE/MG, Idalina Franco, professora da referida Escola. Ela cita ainda que outras escolas estaduais como a Barão de Macaúbas, Tito Fulgêncio, Adalberto Ferraz também estão enfrentando o mesmo problema.

Para a coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, a medida penaliza toda a sociedade. “A questão é grave, pois, ao fechar turnos em escolas estaduais, diminui a oferta à comunidade e penaliza pais e alunos. Trata-se de uma prática antidemocrática, dificulta o acesso de alunos nas Escolas e, consequentemente, não forma cidadãos críticos. Esta medida precisa ser revertida, por isso estamos denunciando.”

 

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