Por direitos, mulheres na indústria se organizam

Trabalhadoras do vestuário, da alimentação, da construção, metalúrgicas e químicas se reuniram pela primeira vez no “Encontro de Mulheres do Macrossetor da Indústria”, que teve como principal objetivo debater ações contra os impactos da Reforma Trabalhista à mulher trabalhadora. A atividade ocorreu na sede da Central Única dos Trabalhadores, CUT, nesta terça-feira, 21.

Segundo a co-presidenta do setor de mineração da IndustriALL Global Union e presidenta da Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT, Lucineide Varjão a ideia é fazer uma troca de informação e achar pontos comuns entre os ramos. “Temos muitos avanços, mas tenho convicção de que esse modelo de movimento sindical precisará ser reformulado e as mulheres têm papel fundamental neste processo, já que somos mais da metade da população no nosso país”, apontou.

As mulheres também debateram a importância do fortalecimento da ação sindical voltada para a mulher trabalhadora. “Lamentavelmente, a Reforma Trabalhista é ainda mais cruel para as mulheres. Esta legislação escancara as portas para o trabalho precário e poderá reduzir ainda mais a renda das mulheres trabalhadoras, que já é inferior à dos homens em diversos setores produtivos, dentre eles, a indústria”, ressaltou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo do Vestuário (CNTRV) e diretora executiva da CUT Nacional, Cida Trajano.

“Trata-se de uma estratégia de articulação que unifique as lutas entre as mulheres trabalhadoras da indústria, fortalecendo a solidariedade de classe entre as companheiras e aumentado às chances de resistência e avanços nos direitos e nas coquistas trabalhistas para as mulheres”, complementou Cida.

As trabalhadoras da indústria debateram outros ataques aos direitos, como a Reforma da Previdência, em discussão na Câmara, a terceirização sem limites, já em vigor, e o enfrentamento às políticas neoliberais do governo do presidente ilegítimo Michel Temer.

“As mulheres, principalmente as negras, são sempre atacadas, além de serem as primeiras a serem demitidas, a estarem em trabalhos precários e com salários menores, ainda querem aprovar políticas para criminalizá-las, vide a criminalização do aborto em caso de estupro, também em discussão no Congresso Nacional. Acredito que podemos contribuir e fortalecer juntas essa nossa luta. A CNM esta trabalhando para criar estratégias de resistência e combater a Reforma Trabalhista nas nossas negociações. O nosso dia a dia esta voltado para isso, sempre fazendo o recorte de gênero”, explicou a secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), Marli Melo.

Além das Confederações já citadas, faz parte do macrossetor da Indústria também a Conticom e a Contac.

Na parte tarde as dirigentes participaram de trabalhos de grupo para construir uma plano das mulheres do macrossetor da indústria. Entre as ações unificadas, saíram: a criação de uma rede de solidariedade e compartilhamento de informações e experiências entre as mulheres da indústria e um desenho de campanha de sindicalização unificada.

Foto: Roberto Parizotti

Fonte CUT MG

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