
Propostas para o Plano Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora são aprovadas na Conferência Nacional
- 30/12/2014
Mais de mil delegados discutem, em Brasília, temas como assédio moral, terceirização, racismo e segurança
Mais de mil delegados debateram, de segunda-feira (15) até quinta-feira (18), 24 temas, considerados prioritários para melhorar a qualidade de vida nos locais de trabalho, na 4ª Conferencia Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (CNSTT), realizada em Brasília. O último encontro aconteceu em 2005. Foram discutidas questões como assédio moral, terceirização, racismo e segurança.
O tema deste ano foi “Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, Direito de todos e todas e Dever do Estado”. O evento, que reuniu autoridades do governo federal e representantes das centrais sindicais, aprovou propostas para a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, e discutiu o Desenvolvimento socioeconômico e seus reflexos na saúde do trabalhador e da trabalhadora.
O secretário de Saúde do Trabalhador da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Djalma Paula Rocha, e Neuza Freitas, diretora do Sind-Saúde/MG, foram dois dos delegados do Estado na Conferência. Djalma e Neuza participaram de uma reunião da delegação mineira com o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
A organização da Conferência destacou que o Brasil é o quarto país com mais mortes por trabalho, com quase três mil mortes por ano. A organização do evento destacou que o Brasil é o quarto país com mais mortes por trabalho, com quase três mil mortes por ano.
Na abertura do evento, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, leu a mensagem da presidenta Dilma Rousseff, em que ressaltou o compromisso de seu governo com uma Política Nacional de Saúde cada vez mais integrada ao Sistema Único de Saúde (SUS). E destacou também o fato de ter assinado na própria segunda-feira (15), o decreto de convocação para a 15ª Conferência Nacional de Saúde, evento que, nas palavras da presidenta, ajuda “a promover um país mais saudável, inclusivo e justo”.
Chioro listou desafios da saúde a partir do desenvolvimento sustentável, entre os quais qualificar a capacidade produtiva e articular com o peso político de todas as centrais sindicais, do Ministério Público do Trabalho, de todo o governo e da sociedade.
“Evidentemente que nós mulheres, com a tripla jornada de trabalho, sofremos um adoecimento muito maior e diferenciado do que sofrem os homens. Que as mulheres coloquem estas questões do adoecimento, pois são elas que convivem com o sofrimento e podem aquilatar o impacto no cotidiano de suas vidas”, disse a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Eleonora Menicucci.
Arthur Chioro destacou também a importância da conferência para ampliar o debate sobre os pontos que necessitam de avanços, especialmente com relação aos Centros Estaduais e Regionais de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest). “Não adianta termos os centros especializados em todo o país, se esses locais continuarem com a mesma política e mesmos protocolos. Eles precisam ser aprimorados, por isso é fundamental dialogar, permanentemente, sobre a saúde do trabalhador em outras agendas públicas”, frisou Chioro.
O ministro lembrou que os Cerest nasceram do protagonismo dos movimentos sociais, que lutaram para sua criação. “A articulação desses centros com toda a rede de saúde é fundamental para identificarmos, cada vez mais, o que deve ser melhorado no ambiente de trabalho do trabalhador e da trabalhadora.”
Palestras
Durante os quatro dias de conferência foram realizadas 12 palestras intituladas “Diálogos Temáticos”, voltadas para as propostas estaduais e outras 12, denominadas “Diálogos Transversais”, que discutirão assuntos que não apareceram nas resoluções estaduais. Entre os temas que serão abordados estão: Participação e Controle Social, Vigilância em Saúde, Gestão do Trabalho no SUS, Saúde Mental e Trabalho, entre outros. Já foram realizadas 172 conferências macrorregionais, 26 conferências estaduais e uma distrital, além da consolidação de 224 propostas que serão discutidas.
(CUT/MG – Rogério Hilário, com informações do Ministério da Saúde – 19.12.14)