Rede contribuiu para a inclusão de políticas de gênero na agenda sindical

Maior participação das mulheres na liderança interna dos sindicatos e na promoção das políticas de gênero na agenda sindical: essas são as principais contribuições feitas pela Rede de Trabalhadoras da Educação da Internacional de Educação, ao longo de seus 10 anos de existência, segundo uma pesquisa apresentada nesta terça feira (1/12) no Encontro Regional da Rede, em San Jose, na Costa Rica.

A agenda foi dedicada a informar e debater com os participantes do encontro os resultados preliminares de duas pesquisas encomendadas pela Internacional da Educação para América Latina – IEAL para avaliar o trabalho da Rede desde 2005, quando foi criada, assim como nortear o trabalho para o próximo período.

A avaliação dos 10 anos de atuação da Rede foi realizada pelos pesquisadores da UBORA (Espanha), e a CNTE teve participação ativa no desenvolvimento desse trabalho, inclusive integrando o grupo focal. Além do Brasil, a pesquisa foi conduzida na Argentina, na Bolívia, na Colômbia, em Honduras e em El Salvador, avaliando a contribuição da Rede para mudanças tangíveis nas políticas de gênero.

As informações coletadas apontaram a evolução do trabalho da Rede e as maiores contribuições aos sindicatos: mais participação de mulheres nas áreas de liderança e na promoção de políticas de gênero na agenda dos sindicatos, favorecendo a conquista de espaços importantes para atuação das mulheres.

A secretária geral da CNTE, Marta Vanelli, considera que esse instrumento de avaliação contribuiu, entre outros fatores, para identificar os avanços e desafios no tema de gênero: “Essa pesquisa nos permite perceber mais claramente a participação das mulheres nas direções dos Sindicatos e nos espaços de poder dos mesmos. Também nos indica a importância de nossas contribuições, uma vez que iniciamos a discussão e organização de gênero há muito tempo, impulsionados pelos debates da CUT na década de 90”, pondera.

A segunda pesquisa trata sobre a participação sindical na construção de políticas públicas de igualdade e foi apresentada por Gabriela Bonilla, consultora contratada pela IEAL para conduzir esse trabalho. A pesquisa inclui as áreas de representação em cargos públicos, prevenção e erradicação da violência contra as mulheres, direitos sexuais e reprodutivos, condições de trabalho e políticas educativas. As primeiras conclusões apontam que, nos países com governos democráticos, os sndicatos avançaram no reconhecimento de direitos. Nos países com governos conservadores, e onde os sindicatos não possuem uma cultura de participação na vida política, os avanços foram muito menores.“Os sindicatos entendem que a conquista de direitos não acontece sozinha. É necessário que haja uma ampla aliança com os setores sociais”, explica Gabriela.

Em suas considerações sobre a importância desses trabalhos, a professora Fátima Silva, secretária de relações internacionais da CNTE e vice-presidente da IEAL, mencionou o desafio de sempre cuidar das questões de gênero ligadas ao fortalecimento sindical e não como uma questão isolada. Também alertou para o cuidado com a sistematização de informações e a necessidade de potencializar os canais de comunicação já existentes, a exemplo dos websites e das redes sociais: “Essas pesquisas dão subsídios suficientes para o planejamento das ações daRede pois ampliam nosso conhecimento sobre os resultados de um trabalho em que a CNTE e os sindicatos afiliados dedicam muitos recursos humanos e financeiros”, concluiu.

O Encontro Regional da Rede de Trabalhadoras em Educação da América Latina – IEAL foi realizado nos dias 30 de novembro e 01 de dezembro, em San Jose (Costa Rica).

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Movimento Pedagógico – Nos dias 2 a 4, cerca de 500 delegados das entidades filiadas participam do III Encontro rumo ao Movimento Pedagógico Latino Americano da IEAL, com a participação de educadores e pesquisadores de renome.A delegação brasileira está representada por mais de 100 trabalhadoras e trabalhadores da educação de dezesseis entidades afiliadas à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE): AFUSE/SP, APEOESP/SP, APP Sindicato/PR, CPERS/RS, FETEMS/MS, SIND-UTE/MG, SINPRO/DF, SINPROESSEMA/MA, SINPROJA/PE, SINTEGO/GO, SINTEP/MT, SINTEPE/PE, SINTESE/SE, SINDIUTE/CE, SINTE/SP e SINTET/TO.

(Site CNTE – 01/12/15)

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