Reforma política, formação e investimento em comunicação dominam debates

Juarez Guimarães e José Celestino Lourenço apresentam propostas para CUT e classe trabalhadora na 13ª Plenária Estatutária da CUT/MG

Juarez Guimarães, professor de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e o secretário de Formação da CUT Nacional,  José Celestino Lourenço, o Tino, foram os expositores do debate Conjuntura e Reforma Política que abriu neste sábado (17) o segundo dia da 13ª Plenária Estatutária da CUT/MG, no Sesc Venda Nova, em Belo Horizonte. A mesa foi formada também pela presidenta da CUT Regional Vale do Aço, Feliciana Saldanha, por Oleg Abramov, da CUT Regional Zona da Mata, e Sérgio Leôncio, da direção estadual da CUT/MG e diretor do Sindimetro-MG.

“Um debate sobre a reforma política é muito importante e estratégico pois trata-se da forma da classe trabalhadora liderar a luta democrática. Não estamos numa ditadura militar, mas. A luta democrática continua sendo fundamental. É preciso levar em consideração três pontos.   Quando se forma um governo de esquerda num país  é fundamental que o Estado seja radicalmente democrático para que o programa de esquerda seja plenamente implementado.  Em segundo lugar,  o neoliberalismo significou nos últimos  nos últimos 40 anos mudanças estruturais, mas  a democracia liberal reduziu drasticamente a soberania no Estado. Para superar o neoliberalismo é preciso democratizar o Estado. Em terceiro lugar nós estamos vivendo uma conjuntura nacional após as manifestações de junho de 2013 e o que elas trouxeram foi o grito democrático das ruas, por um novo histórico de transformações no Brasil.  Por estas três razões , a CUT deve assumir como representante  das classes trabalhadoras, a liderança da luta democrática.  Em tem feito isto na luta pela Constituinte exclusiva para a reforma política, com a coordenação da realização do plebiscito popular. A CUT está se colocando como a Central de referência das novas classes trabalhadoras, para consolidar sua posição como a Central mais combativa e representativa”, disse Juarez Guimarães.

Para José Celestino Lourenço, o momento de fazer  uma escolha chegou para a classe trabalhadora. “Só tem uma saída:  a gente enfrentar o desafio como classe trabalhadora. A categoria, a corporação é um instrumento positivo, mas ela deve estar voltada para a luta de classe. Quando houve mais truculência  do projeto neoliberal , nós ficamos em nossas trincheiras e perdemos algumas lutas, como contra a privatização. A gente faz belas análises de conjunturas, fazemos debates. Mas a análise não entra no nosso processo de estratégia e sofremos derrotas. O que nós estamos vendo no conjunto das lutas de classe é o ódio das elites  contra as classes trabalhadoras. Haja vista que temos mais de 200 milhões de desempregados no mundo, mais de 50% são jovens. O ataque ao movimento sindical  está sendo feito de forma global na América Latina, com aparato fundamental, que é a mídia.  E se a gente observar hoje o que acontece no Brasil, a mídia, além dos ataques de faz, está segmentando as informações de acordo com o público: uma linguagem para os trabalhadoras, uma linguagem para os empresários. Mas sempre dizendo que a  inflação está descontrolada, que  o país está no fundo do poço. É preciso garantir a empregabilidade. Em qualquer país somos questionados sobre como nós conseguimos  não sentir a crise, como. Criamos a CUT fazendo uma combinação defender os direitos e lutar por conquistas da classe trabalhadora, mas também de lutar por uma nova sociedade. “

Para fortalecer o enfrentamento com o neoliberalismo e o capital, o secretário de Formação considerou fundamental investimentos na formação política e na comunicação  e lutar pela implantação da organização por local de trabalho. “Na nossa pauta, é preciso estabelecer um grande arco de alianças com os movimentos sociais.  Em reunião com os movimentos sociais concluímos que é uma estratégica fundamental criar  uma rede de comunicação para darmos respostas aos ataques da mídia. Organização no local de trabalho, se nós esperarmos que vai ser feito em lei, podemos tirar o cavalo da chuva. O capital diz o local de trabalho é meu, lá ninguém toca. É lá que se dá a luta entra capital e trabalho, lá que tem a necessidade de ter a OLT para regulamentar as relações e lá que vamos dialogar com a juventude. Precisamos investir pesado na formação política e na comunicação.”

José Celestino Lourenço considera essencial, neste contexto, um processo de democracia participativa. “Temos que garantir o processo com o plebiscito pela Constituinte exclusiva para a reforma política. Com a reforma, teremos a possibilidade de mudar este Parlamento que trava a pauta a pauta da classe trabalhadora. É um Congresso com o perfil da ditadura militar.”

Após o debate com os delegados  e observadores, Juarez Guimarães e José Celestino Lourenço  receberam esculturas de artesãos do Vale do Jequitinhonha das mãos de Feliciana Saldanha e do diretor do Sindimetro-MG e da direção estadual da CUT/MG, Sérgio Leôncio.

(Site CUT/MG – 17.05.14 – Rogério Hilário)

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