Depois de 73 dias de greve, dezenas de manifestações em todas as regiões do estado, dois dias de ocupação do gabinete do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e vigília, no início da noite desta quinta-feira (08/10), a comissão de negociação do Sind-UTE/MG recebeu a nova proposta do Governo do Estado para a categoria em greve.

Ao reunir o grupo que acompanhava as negociações na entrada para o gabinete da presidência da ALMG, a coordenadora-geral do Sind-UTE MG Beatriz Cerqueira apresentou os quatro itens da proposta e ressaltou só foi possível a reabertura das negociações pela mediação do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adalclever Lopes, do 1o. Secretário da Casa, Ulysses Gomes, do líder da maioria Rogério Correia e de outros deputados, que também participaram das reuniões.

O dia 7 de outubro começou sem negociações com o governo do estado e com a retirada da mesa de negociação das propostas anteriormente apresentadas.  Neste dia, haveria assembleia da categoria em greve. Diante deste cenário, os representantes das SREs, do Órgão Central, subsedes e direção estadual do Sind-UTE/MG iniciaram uma ocupação do gabinete do Presidente da Assembleia Legislativa.  O que parecia um processo rápido, se estendeu por mais de 11 horas de ocupação.  Somente às 20h:30, a categoria teve retorno de uma reunião para o dia seguinte para apresentação de propostas. O dia 8 de outubro também foi de vigília, que contou com representantes de todas as regiões do estado. Às 18 horas, a comissão de negociação teve, enfim, retorno do Presidente da Assembleia que se reuniu com o Governador Fernando Pimentel.

O que a nova proposta prevê:

1) Reitera a proposta já apresentada de 16% para os Técnicos em Educação,  em duas vezes (8% em abril de 2016 e 8% em abril de 2017) e 5% para os Analistas Educacionais (em abril de 2016).

2) Criação de um grupo de trabalho, a ser instituído por meio de Decreto imediatamente após a suspensão da greve, tendo em sua composição representantes da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), Secretaria de Estado da Educação (SEE) e cinco membros do Sind-UTE/MG, entre os quais representantes dos analistas e técnicos.

Caberá a essa Comissão discutir com o governo as questões que envolvem a carreiras e as tabelas salariais dos servidores das SREs e do Órgão Central, bem como a proposta de mais: 5% para Analistas e 4% para os Técnicos da Educação.

3) Assim que o governo superar as condições limitadas pelo alcance prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, ele enviará projeto de Lei à Assembleia Legislativa contemplando as negociações.

4) Suspensa a greve, fica o compromisso do Governo de não fazer nenhum corte de salário ou punição aos servidores e o Sindicato negociará com a SEE como será feita a reposição dos dias parados.

O Governo se comprometeu em assinar documento com os compromissos apresentados.

Nova Assembleia: A categoria  avaliará a nova proposta do Governo em assembleia já convocada para o próximo dia 13 de outubro, no Pátio da ALMG, em Belo Horizonte, às 14 h. Na oportunidade, vão decidir se aceitam ou não as propostas e os representantes que participarão da comissão, para caso a assembleia decida aceitar a proposta. Se houver recusa da proposta, serão discutidos os próximos passos do movimento.

Servidores ocupam o gabinete do presidente da ALMG

Coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, apresenta nova proposta do governo para os servodores

Servidores realizam procissão fúnebre pelos corredores da ALMG, simbolizando o enterro dos cargos de Analista e Técnico das SREs e OC

Servidores realizam procissão fúnebre pelos corredores da ALMG, simbolizando o enterro dos cargos de Analista e Técnico das SREs e OC

A coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira e as diretoras Marília de Abreu Araújo e Lecioni Pereira durante a reunião com o presidente da ALMG, Alclever Lopes, e alguns deputados da base governista.

Fotos: Lidyane Ponciano