
Sind-UTE Ibirité promove Mostra de Cinema sobre os 50 anos do golpe de 1964
- 23/04/2014
No dia 1º de abril, completaram-se 50 anos do golpe que instaurou a ditadura civil-militar no Brasil. Para lembrar esse que é um dos momentos mais trágicos da nossa história, o Sind-UTE Ibirité promove a Mostra de Cinema e Ciclo de Debates “Ditadura Nunca Mais – Memória, Verdade e Justiça”.
Durante os dias 22, 23, 24, 25, 28, 29 e 30 de abril, serão apresentados sete documentários brasileiros, sendo quatro longas e três curtas metragens. Nas datas de exibição dos curtas, haverá debates com a presença de combatentes que vivenciaram aquele período, historiadores, ativistas dos direitos humanos e militantes dos movimentos sociais.
Os filmes propiciam o resgate, ainda que breve, da nossa história recente, apresentando relatos que, na maioria das vezes, passaram ao largo da grande mídia e das narrativas dominantes. Através da linguagem cinematográfica, os registros de violência, sequestros, tortura, morte e perseguição, embora chocantes, têm o propósito de evitar que aquele período caia no esquecimento desta e das futuras gerações.
Esperamos você!
PROGRAMAÇÃO
22/4 (terça-feira) – 19 horas
JANGO
Direção: Sílvio Tendler
Brasil, 1984, 117 min.
O filme refaz a trajetória política de João Goulart, o Jango, presidente deposto pelo golpe militar de 1º de abril de 1964. Capturando a efervescência da política brasileira durante a década de 1960, narra os detalhes do golpe e se estende até os movimentos de resistência à ditadura, terminando com a morte do presidente no exílio e imagens de seu funeral, cuja divulgação foi censurada pela ditadura.
23/4 (quarta-feira) – 19 horas
ARQUIVOS IMPERFEITOS
Direção: Sávio Leite
Brasil, 2006, 10 min.
Em Minas Gerais, Helena Greco se tornou o símbolo da luta pela anistia. Dava guarita a perseguidos políticos, organizava reuniões, fazia plantão em portas de delegacias e, desafiando a ditadura, embarcou para Roma, representando o Brasil no Congresso Mundial de Anistia. Faleceu em 2011 e hoje batiza o elevado no centro de BH, que antes levava o nome do ditador Castelo Branco.
Debate: Direitos humanos, justiça e memória
- Heloísa Greco (Bizoca) – Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania; Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça de Minas Gerais
- José Vieira, Associação Cultural José Marti de Minas Gerais
24/4 (quinta-feira) – 19 horas
CABRA MARCADO PARA MORRER
Direção: Eduardo Coutinho
Brasil, 1984, 119 min.
No início da década de 1960, o líder camponês João Pedro Teixeira é assassinado por ordem dos latifundiários do Nordeste. As filmagens de sua vida, interpretada pelos próprios camponeses, foram interrompidas pelo golpe militar de 1964. Dezessete anos depois, o diretor retoma o projeto e procura a viúva Elizabeth Teixeira e seus dez filhos, dispersados pela onda de repressão que seguiu ao episódio do assassinato. O tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que, por meio de lembranças e imagens do passado, evocam o drama de uma família de camponeses durante os longos anos do regime militar.
25/4 (sexta-feira) – 19 horas
15 FILHOS
Direção: Maria Oliveira e Marta Nehring
Brasil, 1996, 19 min.
São pouco mais de 18 minutos de resgate de uma história interrompida: pais e filhos que tiveram suas vidas invadidas e destruídas pela ditadura. Infância, adolescência e vidas familiares roubadas por aqueles que, em 1964, se utilizaram do salário, treinamento, fardas e armas que lhes eram fornecidos pelo Estado para derrubar um governo democraticamente eleito. São depoimentos comoventes, dentre eles os das diretoras do vídeo, que dão a dimensão exata do que foi a violência política no Brasil durante a ditadura.
Debate: A Verdade Histórica como Direito da Sociedade
- Representante da Faculdade de Direito da UFMG
- Representante da Comissão da Verdade de Minas Gerais
- Movimento pela Democratização da Comunicação
28/4 (segunda-feira) – 19 horas
MARIGHELLA
Direção: Isa Grinspum Ferraz
Brasil, 2012, 119 min.
Maior nome da militância de esquerda no Brasil dos anos 1960, Carlos Marighella atuou nos principais acontecimentos políticos do Brasil entre os anos 1930 e 1969 e foi considerado o inimigo número um da ditadura militar brasileira. Líder comunista, vítima de prisões e tortura, deputado federal pela Bahia, autor do mundialmente traduzido “Manual do Guerrilheiro Urbano”, sua vida foi um grande ato de resistência e coragem. Dirigido por sua sobrinha, o longa metragem é uma construção histórica e afetiva desse homem que dedicou sua vida a pensar o Brasil e a transformá-lo através de sua ação.
29/4 (terça-feira) – 19 horas
ABC DA GREVE
Direção: Leon Hirszman
Brasil, 1990, 85 min.
O filme acompanha o movimento dos metalúrgicos do ABC paulista, entre as décadas de 1970 e 1980, em luta por melhores salários e condições de vida. Afrontando o governo militar, os trabalhadores decidem-se pela greve. A ditadura responde com intervenção no sindicato, mobilizando numeroso contingente policial. Apesar da grande operação de guerra, os trabalhadores resistem, mesmo com a prisão de várias lideranças, entre elas o ex-presidente Lula. Após 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo, mas o movimento sindical nunca mais seria o mesmo.
30/4 (quarta-feira) – 19 horas
ARQUIVO HONESTINO GUIMARÃES
Direção: Paula Damasceno
Brasil: 2007, 17 min.
O filme conta a história do desaparecimento do líder estudantil Honestino Guimarães, último presidente da UNE no pós 1968. Torturado e assassinado nos porões da ditadura brasileira, seu corpo jamais foi encontrado. Com música de Tom Zé, o documentário mistura depoimentos de amigos e familiares, além de imagens de arquivo.
Debate: Lições da Resistência e desafios dos Movimentos Sociais
- Jô Morais, deputada federal (PC do B – MG)
- MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
- Centrais Sindicais CUT e CTB
- Levante Popular da Juventude
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