Sind-UTE/MG realiza Ato Inter-religioso no centro de Belo Horizonte e serve um grande almoço à população como forma de partilhar o pão da luta

Confira o álbum de fotos aqui. (FotoStudium/Sindutemg)

“Sempre ocupamos essa Praça em momentos de reivindicações dos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores em educação, em manifestações e atos públicos. Hoje, estamos aqui para, nesse encontro inter-religioso, laico e ecumênico agradecer a todos e todas pela força, caminhada, acolhimento e para partilhar o pão da luta.” Com esses dizeres, a coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), professora Denise Romano, deu início às falas na Praça Sete, centro de Belo Horizonte, no último dia 13/4/22.

O ato em defesa da dignidade remuneratória e por uma educação que liberta e humaniza contou com a presença de Denise Romano, coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Frei Gilvander Moreira, representando a Comissão da Pastoral da Terra, Zé Luiz Professor, pelo coletivo Cristãos Contra o Fascismo, Padre Márcio Ribeiro, pároco da Igreja de São Gonçalo, Padre Edecildo Prado, Pastoral da Educação, Ester Soares, pela Frente dos Evangélicos pelo Estado de Direito e Valéria Carneiro, da Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário (Renser).

O evento contou ainda com representantes do mandato parlamentar da deputada estadual Beatriz Cerqueira, o deputado federal Rogério Correia, o presidente da CUT-MG, Jairo Nogueira, diversos sindicalistas, movimentos sociais, educadoras, educadores e transeuntes, pessoas que passaram pelo local, das 10h às 13h.

Além de um reforçado café da manhã, foi serviço um delicioso almoço feito com muito carinho e cuidado pelo Sind-UTE/MG, num gesto de partilha e de agradecimento. O quarteirão fechado da Praça Sete, com dezenas de mesas e cadeiras, virou um grande banquete e mais de mil refeições foram servidas, além de refrigerantes.

Como pano de fundo, nas falas e nas cantorias, a justiça, a valorização, o amor, a fraternidade e a educação ganharam eco. Cada um e cada uma, a seu modo, fizeram referência ao saber, ao conhecimento e falaram da importância da professora e dos educadores. “Estamos aqui para dizer da constitucionalidade, da educação como um direito de todos e todas e reafirmar que esses profissionais merecem respeito”, disse Ester Soares, da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito. Ela lembrou que Cristo veio ao mundo e lutou por toda a humanidade, sentiu todas as dores e foi perseguido. “Esse Deus que não é só nosso, mas, de todos e todas quer que sejamos fortes. Ele lutou com e por aqueles que mais precisavam, pelos pobres.”

A Campanha da Fraternidade da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil este ano aborda a temática “Fraternidade e Educação – Fala com sabedoria, ensina com Amor”. De Dom Vicente de Paula Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, por meio de Valéria Carneiro, veio uma mensagem especial aos professores e às professoras, e um pedido a Deus para que essa categoria consiga o Piso Salarial Nacional, o que fará justiça à educação como um todo.

Educação transformadora

Padre Márcio Ribeiro de Souza, vigário Episcopal para Educação da Arquidiocese de Belo Horizonte, Paróquia de São Gonçalo, falou da importância da educação como potencial de transformação. “Em tempos de tantas mortes e dificuldades, que sejamos sinal de vida, presença solidária e fraterna no mundo. Que vocês sejam reconhecidos nesses tempos tão desafiadores.”

Da Pastoral da Educação, Padre Edelcido Prado, Paróquia Santa Mãe de Deus/BH, lembrou que a Igreja, há mais de 60 anos, vem realizando a Campanha da Fraternidade, e que nesse ano (2022), pela terceira vez, traz a temática da educação. Há 40 anos ela propôs uma reflexão nesse sentido. E 1998, da mesma forma, e este ano também evoca o tema novamente. “Nossa educação tem piorado muito nos últimos anos em todos os aspectos e a Igreja é uma voz que se levanta para dizer da importância de se valorizar a educação e os educadores.”

Frei e padre da Ordem dos Carmelitas, Gilvander Moreira, parabenizou o Sind-UTE/MG pela iniciativa e disse que estar, no dia 13 de abril, num ato inter-religioso no coração de BH tem um significado todo especial. “Estamos aqui dialogando, nos entrosando com o povo que passa por essa Praça para um momento de partilha. Quem divide o pão multiplica o amor e quem luta, educa e também conquista.”

Com as mãos estendidas, Frei Gilvander, convidou a todos e todas para um momento de oração da fraternidade: o Pai Nosso. Mas, para ele, fraternidade mesmo, verdadeira, vem junto com a Reforma Agrária, com Justiça social, urbana, ambiental, direitos humanos respeitados, salários dignos e justos para a classe trabalhadora, em especial, para as professoras.

Pelo Movimento Negro Unificado e Mandato da deputada Beatriz Cerqueira, José Carlos, parabenizou a educação pela luta e disse que é inadmissível a falta de compromisso e de valorização do governo do Estado para com essa categoria tão relevante para a sociedade. “Esses profissionais são os que formam todos os demais, merecem ser reverenciados e ter seus direitos respeitados.”

Um dia pra agradecer

A diretora da Subsede do Sind-UTE Venda Nova, Neuzete Lima, retribuiu com agradecimento o carinho que a educação pública, nas suas lutas, tem recebido do povo belo-horizontino e levantou a voz para cantar… “vejo anjos neste lugar.”

O diretor do Sind-UTE Subsede Betim, José Luiz, ao agradecer a presença de todos e todas, falou da construção de um projeto de nação, em que o grande desafio passa por educar as gerações deste tempo e das que virão para a consciência cidadã, de direitos iguais, sustentabilidade, vida saudável e um convívio digno nessa nossa Casa Comum, que acolhe e abriga homens e mulheres, na perspectiva de construção de um mundo mais justo e fraterno.

Ao som belíssimo da música entoada pela cantora Guida Gregório e Rodrigo Fortunato (violão), o Ato Inter-Religioso foi aberto e encerrado no melhor tom das notas musicais que falam de esperança, vida, fraternidade, colheita, pão, amor, amizade, respeito e solidariedade.

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