Só uma resposta global vai vencer a privatização e a comercialização da educação

O segundo dia do IV Encontro do Movimento Pedagógico Latino-Americano, que acontece no Centro de Convenções do Actuall Hotel, na região metropolitana de Belo Horizonte, iniciou tratando de um dos assuntos que mais preocupa a Internacional da Educação e as organizações sindicais da área em todo o mundo e na América Latina. A interferência do capital mundial na educação, que busca apenas o lucro acima de tudo e está sendo combatido pelos sindicatos de todo o mundo.

O australiano Angelo Gavrielatos, diretor mundial da Campanha contra a Privatização e Comércio Educativo da Internacional da Educação, percorre o mundo fazendo os levantamentos sobre as condições de atuação das grandes corporações que buscam o lucro na educação, que em 2020 deve ser de U$ 6,3 trilhões de dólares. Para ele, a única forma de evitar a expansão da privatização e comercialização é uma resposta global, com a união das organizações sindicais. “Temos que pensar global e agir no local”, afirmou ele.

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Além do Angelo Gavrielatos, a primeira mesa do dia também teve a participação do professor norte-americano David Edwards, secretário geral adjunto da IE. Ambos expuseram sobre o livre comércio e a resposta global da Internacional da Educação diante da privatização e mercantilização da Educação. David fez um relato sobre a expansão das corporações internacionais que querem apenas lucrar com a educação e a campanha da IEAL (Internacional da Educação para a América Latina) com o lema “Educar, não lucrar”, lançada hoje no evento.

Conforme os expositores, o Banco Mundial tem informações que comprovam que a privatização da educação não contribui em nada para a melhoria da qualidade do ensino. “O Banco Mundial tem relatórios que diz que a privatização traz muitos riscos para a educação, que não é algo novo para vários outros organismos internacionais. Por isso, consideramos que o Banco atua com a hipocrisia organizada, pois sabe do prejuízo que causa a medida e continua incentivando a privatização”, ressaltou Angelo Gavrielatos.

David Edwards declarou que os governos neoliberais que estão promovendo a comercialização e privatização da educação, muitos usando o argumento de que o ensino particular é melhor que o público, não vão conseguir avançar em suas decisões. “Eles não vão ganhar”, garantiu ele. A campanha “Educar, não Lucrar” vai chegar brevemente nas salas de aulas brasileiras.

Angelo reiterou que as corporações não respeitam fronteiras e nem as democracias, por isso considera essencial a união das organizações sindicais para barrar tais medidas que só tem o interesse no lucro. “Temos uma causa nobre que é lutar por uma educação de qualidade. Sabemos o que isso significa para as nossas crianças e suas famílias a educação pública, gratuita e a democracia”, concluiu.

O IV Encontro reúne cerca de 750 dirigentes sindicais de 21 países da América Latina e Europa, além de representantes dos sindicatos filiados à CNTE. A programação tem atividades até sexta-feira, 17.

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