Trabalhadoras e trabalhadores dos Diários Associados decidem paralisar as atividades

Empresa informa em audiência no Ministério do Trabalho que vai pagar apenas mais 25% do 13° salário

Os trabalhadores do jornal “Estado de Minas” decidiram em assembleia na tarde de quarta-feira (13)  não voltar ao trabalho e não trabalhar nesta quinta-feira (14). A decisão foi tomada como resposta à empresa, que em reunião de mediação com os sindicatos realizada pela manhã no Ministério do Trabalho informou que pagaria mais 25% do 13º salário na quarta-feira, mas não tem previsão de pagamento do valor restante. Na TV Alterosa, também em assembleia, os trabalhadores decidiram parar durante duas horas todos os dias nos dois turnos, desta quinta-feira até o dia 31 de janeiro, quando realizarão nova assembleia e poderão fazer greve.

Nas assembleias, realizadas à tarde, o Sindicato dos Jornalistas informou os trabalhadores sobre a reunião de mediação realizada no Ministério do Trabalho, que começou de manhã e se estendeu até o começo da tarde. “Nós denunciamos as práticas de assédio moral e antissindicais da empresa, que está chamando os trabalhadores um a um para conversar e denunciamos também que quem está entrando em férias não está recebendo o pagamento”, disse o presidente Kerison Lopes. Ele informou que o trabalhador que não recebe o acerto de férias na data prevista pode entrar na justiça e receber multa de 100%.

Na reunião, os sindicatos dos trabalhadores – além dos jornalistas, participam do movimento radialistas, empregados na administração e gráficos – cobraram dos representantes dos Diários Associados uma proposta formal de data para quitação do 13º, mas a empresa respondeu que não pode assumir nenhum compromisso. “Consideramos isso um desrespeito completo com os trabalhadores e achamos que temos de endurecer com a empresa, porque essa é a única mensagem que ela entende”, disse Kerison.

Os trabalhadores da TV Alterosa, cuja assembleia aconteceu primeiro, decidiram aumentar a pressão sobre a empresa paralisando o trabalho durante duas horas todos os dias até 31 de janeiro. Para 1º de fevereiro, segunda-feira, ficou marcada nova assembleia na porta da empresa. Caso o 13º não tenha sido quitado até esta data, eles poderão decretar greve.

Na assembleia realizada em seguida na porta do jornal “Estado de Minas”, jornalistas e empregados na administração decidiram não voltar a trabalhar. Decidiram também não trabalhar nesta quinta-feira (14). Eles vão se concentrar na porta da empresa a partir das 10 horas e farão assembleia às 13 horas, quando decidirão sobre a continuidade do movimento.

O movimento dos trabalhadores dos Diários Associados em Minas começou no dia 3 de dezembro, diante do atraso no pagamento do 13º. Além do “Estado de Minas” e da TV Alterosa, ele inclui o jornal Aqui, os portais Uai e em.com.br. Os trabalhadores querem o pagamento integral do 13º, e a normalização de direitos trabalhistas que não estão sendo cumpridos pela empresa, como férias, vales alimentação e transporte, FGTS, Previdência, além de mudanças no plano de saúde.

Passado, presente e futuro

“Esta é uma luta pelo passado, pelo presente e pelo futuro dos trabalhadores dos Diários Associados”, disse o presidente Kerison Lopes. “Pelo passado, porque há muito tempo a empresa vem descumprindo os direitos trabalhistas, e pelo presente, porque exigimos o pagamento do décimo terceiro. Mas é também uma luta pelo futuro dos trabalhadores, porque de empresas que fazem isso podemos esperar coisa pior”, explicou. “Se os trabalhadores não reagirem, teremos em 2016 um ano inteiro de atrasos nos pagamentos”.

Kerison informou que o Sindicato está tomando todas as medidas judiciais para garantir os direitos dos trabalhadores e afirmou que o problema dos Diários Associados não é falta de dinheiro. “A empresa tem dinheiro e patrimônio muito alto, mas ele está sendo desviado para outros destinos, em vez de pagar os trabalhadores”, denunciou.

Ele ressaltou a importância da mobilização dos trabalhadores do “Estado de Minas”, TV Alterosa, jornal Aqui, portais Uai e em.com.br. “Graças a ela, nós tivemos várias vitórias”, disse. “Se não fosse esse movimento, não teríamos hoje esse anúncio de pagamento de mais 25% do décimo terceiro, nem a empresa teria pagado os outros 25% antes. As coisas começaram a mudar, as empresas de comunicação de Minas estão vendo que agora a sua vida não será tão fácil como foi em 2015.”

Fonte: Sindicato dos Jornalistas

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