UFMG mantém exposição sobre os horrores da ditadura militar até 31 de agosto

“Desconstrução do esquecimento: golpe, anistia e Justiça de transição”

Após pressão, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decidiu manter a exposição “Desconstrução do esquecimento: golpe, anistia e justiça de transição” até o dia 31 de agosto. Na sexta-feira (28), ex-presos políticos se manifestaram contra o governo golpista de Michel Temer, que não repassou os recursos e nem a autorização necessária para a permanência do projeto da Universidade. Os manifestantes pediram a manutenção da exposição por mais tempo, além de reivindicarem a volta das comissões de anistia. Em nota, a UFMG afirma que a data da exposição foi ampliada em função de sua importância para a instituição e para o país, “em especial em momento tão adverso da nossa vida política, social e econômica”.

A mostra está no Centro Cultural da UFMG (Av. Santos Dumont, 174, no Centro de BH) e reúne obras inéditas de oito artistas brasileiros, que denunciam a repressão e o desrespeito aos direitos da população, além de provocar os visitantes para que o sofrimento do passado não seja ignorado.

Lembrar é resistir

O Coletivo Alvorada e o Linhas no Horizonte, das Bordadeiras das Democracia, se uniram, na sexta-feira (28), com os movimentos sociais e realizaram o Ato “Pela Democracia, Fica Exposição” em defesa da permanência, até o final do ano, no Centro Cultural da Universidade Federal de Minas (UFMG), da mostra “Desconstrução do Esquecimento: Golpe, Anistia, Justiça de Transição”. A exposição, que seria fechada no final de semana, é fruto de um trabalho primoroso e cuidadoso golpe e democracia, lembrando o período da ditatura militar, faz uma alusão à atual conjuntura, e ficou praticamente clandestina, porque  era uma parceria com o Ministério da Justiça pré-golpe, mas que o governo ilegítimo de Michel Temer tentou barrar (não passando os recursos nem a autorização).

O Ato, realizado no Centro Cultural da UFMG, no Centro de Belo Horizonte, teve depoimento de militantes que foram vítimas da repressão durante a ditadura, como Reinaldo José de Mello, Antônio Ribeiro Romanelli e Irani Campos. O protesto contou com performance do ator e diretor de teatro Munish, que simbolizou a tortura dos presos políticos pelo aparato repressor e também manifestação de apoio à luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com as ocupações em Minas Gerais, feita pelo grupo Linhas no Horizonte.

“A exposição saiu com a cara e a coragem, pois, depois do golpe atual, o Ministério da Justiça reduziu a dotação orçamentária. Queremos que ela continue, pois no momento é muito importante. Há várias formas de ditadura. A de hoje é parlamentar, judiciária e de midiática. A exposição quase não teve divulgação e estamos no período de férias escolares. Seria muito importante que os estudantes vissem este trabalho, que significa a ‘Desconstrução do Esquecimento: lembrar é resistir”, disse Munish.

Exposição – Bordadeiras (19)

Fonte: CUT/MG

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