Nota de solidariedade às vítimas dos deslizamentos e alagamentos ocorridos em Minas Gerais

Até o momento, a Coordenação Estadual de Defesa Civil já contabilizou 44 mortos e outras 19 pessoas desaparecidas, em decorrência dos deslizamentos e alagamentos em todo estado. Diante disso, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) vem a público se solidarizar às famílias das vítimas, neste momento de dor e legítima revolta.

Mas, para além da solidariedade, enquanto uma entidade que representa os interesses da classe trabalhadora e luta, cotidianamente, pelo bem-viver, o Sind-UTE/MG também refirma o repúdio diante da ausência do Poder Público na prevenção dessas tragédias. Foi atípico o volume de chuvas que todo o estado recebeu, sobretudo a capital, Região Metropolitana de Belo Horizonte e Zona da Mata. Mas não é atípica a recorrência de episódios como esse.

Há casos, como na Vila Bernadete (RMBH), de famílias inteiras que foram engolidas pela lama, quando estavam em casa. Pai, mãe e filhos. Como ficará a vida dos parentes, colegas, amigos e de alguns filhos sobreviventes, agora órfãos?

O Sindicato denuncia a irresponsabilidade do Estado pela falta de políticas habitacionais, projetos de saneamento básico e de escoamento da água pluvial.

Nesse momento, a culpa recairá na população, “porque jogaram lixo nas ruas e isso entope bueiros.” A educação ambiental é fundamental, mas não podemos nos furtar da obrigação em cobrar do Estado e dos municípios suas responsabilidades na garantia mínima de direitos, como ter segurança em casa. Sabemos também que os deslizamentos, por regra, não ocorrem nas “áreas nobres”, são endereçados onde o Poder Público não chega ou decide não chegar. Então, não é somente a chuva que mata, é a desigualdade social.

O Sind-UTE/MG seguirá, incessantemente, na luta para que o Poder Público interrompa a terceirização de suas responsabilidades e retome para si o dever de garantir direitos, dignidade da população, o bem-viver.

Às famílias e vítimas, recebam nosso fraterno abraço. Honraremos as histórias dessas pessoas colocando nosso luto como verbo e prática diária.

Estamos de mãos dadas.

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