Gestão Tarcísio e Feder pretende substituir professores(as) por IA em produção de aulas, em São Paulo

Na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à frente da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, o empresário Renato Feder, tem se destacado por suas propostas de projetos polêmicos e desconexos com a realidade da educação brasileira. Em 2023, ele anunciou a intenção de substituir os livros didáticos impressos por materiais digitais nas escolas da rede estadual, porém recuou parcialmente diante das críticas sobre a inviabilidade dessa medida.

Agora, Feder pretende implementar o uso do ChatGPT, um aplicativo de Inteligência Artificial, para produzir aulas digitais que serão utilizadas por professores de toda a rede estadual. Segundo a matéria da Folha de São Paulo, essa ferramenta de IA será responsável por criar a versão inicial do material usado nas aulas virtuais, com base nos temas definidos pela Secretaria de Educação.

Após a produção do conteúdo pela Inteligência Artificial, os professores serão encarregados de editar o material, que passará por uma equipe interna da Secretaria para ser formatado e ajustado antes da implementação. Esse material gerado pela IA será disponibilizado para os 3,5 milhões de estudantes no momento.

Feder defende essa decisão como uma forma de acelerar a produção de aulas, refletindo uma visão fordista da educação, com a produção em massa de conteúdo, sem considerar a responsabilidade pedagógica. Talita Vitorino, diretora do Departamento de Formação Político Pedagógica, critica a proposta de Feder, afirmando que ela subverte a função dos educadores, tornando-os meros revisores e colaboradores de conteúdos criados por robôs de IA, o que limita a percepção da realidade e desvaloriza a formação humanizadora na escola.

A REPERCUSSÃO NEGATIVA 

O Sindicato dos(as) Professores(as) do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOSP) publicou uma nota repudiando a proposta de Feder e Tarcísio.

No documento, a entidade afirma que: “A Inteligência Artificial é uma ferramenta que tem limitações e pode contribuir no processo pedagógico, desde que baseada em longo e refletido planejamento, para potencializar as estratégias de ensino e aprendizagem decididas e conduzidas pelos professores. Não pode substituir professores como responsáveis pela formulação de conteúdo pedagógico. Ela é meio e não fim em si”. LEIA A NOTA AQUI.

Já a Confederação Nacional dos Trabalhadores(as) em Educação (CNTE), reforçou que não é aceitável que a educação pública passe por um processo tão violento de mercantilização.

“Os setores educacionais brasileiros verdadeiramente comprometidos com a educação pública desse país repudiam mais essa tentativa vil que os interesses mercantis tentam impor no Estado de São Paulo. Essa medida, que ataca a autonomia da profissão docente, deve ser imediatamente revogada. Nada substitui os saberes e os conhecimentos humanos que, ao contrário do que atualmente é feito pela gestão do Estado de São Paulo, devem ser cada vez mais valorizados”, APONTA A INSTITUIÇÃO EM NOTA.

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